"Hoje ordenei o fim de toda representação em nome da embaixada da Noruega em Israel junto à Autoridade Palestiniana", declarou em comunicado o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, lamentando o "comportamento anti-israelita" da Noruega no contexto da guerra travada entre o seu país e o movimento islamista palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
O ministro também mencionou o reconhecimento do Estado da Palestina pela Noruega ocorrido a 28 de maio e a sua participação em ações legais contra líderes israelitas no Tribunal Penal Internacional (TPI).
Noutro comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel mencionou "declarações graves por parte de altos funcionários noruegueses" contra Israel.
O ministro norueguês dos Negócios Estrangeiros, Espen Barth Eide, reagiu denunciando uma "ação extrema" que terá "graves consequências para o governo [do primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu".
Eide também anunciou que convocou uma representante israelita na Noruega para "protestar contra esta decisão" e acrescentou que o governo norueguês "está atualmente a estudar quais outras medidas tomar".
Uma ordem israelita revogará o estatuto de oito diplomatas noruegueses que trabalham na embaixada em Israel e cujas funções consistem em representar a Noruega junto à Autoridade Palestiniana, segundo um comunicado do ministério israelita.
Numa notificação oficial enviada nesta quinta-feira à embaixada norueguesa, o ministério indicou que o estatuto diplomático será "revogado sete dias após a data desta nota".
A nota critica as "políticas e declarações unilaterais" da Noruega desde o mortal ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza.
Os Estados Unidos criticaram o seu aliado Israel por esta decisão e apontaram que Oslo "tem uma longa história a desempenhar um papel produtivo quando se trata de colaborar com o governo de Israel e com a Autoridade Palestiniana", indicou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller. "Não acreditamos que medidas que impeçam o desempenhar desse papel sejam especialmente construtivas", acrescentou.
O porta-voz destacou, em particular, o papel da Noruega na negociação dos históricos acordos de Oslo de 1993, assinados nos jardins da Casa Branca, e mais recentemente na recolha de impostos destinados à Autoridade Palestiniana.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou em comunicado o que classificou como uma "decisão injustificada, que contradiz o espírito dos Acordos de Oslo e perturba de forma desproporcional as relações e a cooperação normais com a Autoridade Palestiniana".
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