“Todos os objetivos não podem ser alcançados apenas através de operações militares […], para cumprir o nosso dever moral de trazer os nossos reféns para casa, teremos de fazer cedências dolorosas”, disse Yoav Gallant durante uma cerimónia comemorativa do primeiro aniversário hebraico do ataque do Hamas no sul de Israel.
Hoje, o líder dos serviços secretos, a Mossad, David Barnea, chegou ao Qatar para participar em novas negociações sobre a troca de reféns por prisioneiros palestinianos detidos em Israel e as possibilidades de alcançar um cessar-fogo, segundo fontes próximas.
Barnea “está no Qatar com o objetivo de manter novas conversações sobre o acordo de prisioneiros e reféns com o Hamas” após o assassínio do principal líder do grupo islamita palestiniano Yahya Sinwar, há mais de uma semana, no sul de Gaza, indicaram os informadores sob condição de anonimato à agência EFE.
Segundo as mesmas fontes, o líder da Mossad vai reunir-se em Doha com os chefes dos serviços de informação dos Estados Unidos, William Burns, e do Egito, Hasan Rashad, bem como com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abderrahman.
O Hamas não participa diretamente nas negociações, mas o movimento tem o seu gabinete político em Doha e comunica com o Qatar e o Egito, que fazem a mediação com os Estados Unidos.
As conversações para um cessar-fogo em Gaza estão suspensas há quase três meses, face à escalada regional que estendeu a guerra ao Líbano e as mortes dos principais líderes do Hamas, Yahya Sinwar e Ismail Haniyeh, este último no final de julho em Teerão, num ataque atribuído a Israel.
O novo diálogo acontece após a 11.ª viagem ao Médio Oriente — desde o início da guerra em Gaza em 07 de outubro de 2023 — do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na qual pediu para aproveitar este momento, após a morte de Sinwar, para avançar com as negociações.
Fontes próximas das negociações disseram à EFE no sábado que Israel apresentou aos mediadores uma nova proposta de tréguas, composta por três fases que incluem a troca de reféns por prisioneiros e a retirada israelita de Gaza e a reconstrução do enclave, desde que seja controlada pela Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) e não pelo Hamas.
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