“Faria tudo o que fiz, com a grande força de ser um homem livre. Não tenho medo do julgamento dos italianos, quem tem medo da opinião dos italianos não é um homem livre”, disse o também líder da Liga (extrema-direita), ao intervir no Senado a seguir ao primeiro-ministro, Giuseppe Conte.
Salvini prosseguiu afirmando que o seu partido não receia eleições já no outono, nem uma possível aliança entre o seu parceiro de coligação, o Movimento 5 Estrelas, de Luigi di Maio, e o Partido Democrático, de Nicola Zingaretti, que podem unir-se e formar um novo executivo.
Falando em tom de campanha eleitoral, Salvini disse que quer fazer de Itália “um país livre e soberano” que “não tenha de defender-se continuamente das decisões” da União Europeia (UE).
Salvini deu este mês por finda a coligação com o M5S, formada há 14 meses, e apresentou uma moção de censura ao primeiro-ministro.
Giuseppe Conte, um independente, anunciou hoje que se vai demitir, num discurso solene no Senado marcado por fortes críticas a Salvini, que acusou de “oportunismo” e “irresponsabilidade institucional” no desencadear desta crise política, ao “olhar exclusivamente aos interesses pessoais e do seu partido”.
Conte acusou ainda Salvini, que é também seu vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, de fazer o país “correr riscos graves”, evocando nomeadamente o risco de “uma espiral de incerteza política e económica”.
Giuseppe Conte deverá apresentar ainda hoje a demissão ao chefe de Estado, Sergio Mattarella.
O Presidente pode pedir-lhe que se mantenha no cargo por mais alguns dias enquanto procede a consultas para determinar se existe uma maioria alternativa no parlamento ou aceitar a demissão e encarregar outro dirigente político de construir uma coligação alternativa.
Se nenhuma destas opções resultar, Mattarella pode dissolver o parlamento, abrindo caminho a eleições antecipadas.
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