“Se a humanidade esquecer a história ou parar de a confrontar, ainda poderemos cometer um erro terrível, e é exatamente por isso que temos de continuar a falar sobre Hiroshima”, declarou o presidente da câmara, Kazumi Matsui.
O Parque Memorial da Paz, em Hiroshima, voltou hoje a ser palco de uma cerimónia de homenagem às vítimas do primeiro bombardeamento atómico mundial, a 6 de agosto de 1945, que matou 140.000 pessoas.
“Certos países proclamam descaradamente o nacionalismo (…) e estão a modernizar os seus arsenais nucleares, reacendendo as tensões que haviam diminuído com o fim da Guerra Fria”, lamentou Matsui, sem identificar os países.
Ao mesmo passo, o 73.º aniversário assinala-se em meio de uma clima de esperança, depois de Pyongyang prometer a “completa desnuclearização” da Coreia do Norte na histórica cimeira entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em junho passado, em Singapura.
No ano passado, o Japão preferiu não assinar um tratado de proibição de armas nucleares, adotado pela ONU, apontando a ingenuidade do texto e alinhando-se com as potências nucleares que invocavam a ameaça norte-coreana.
Hoje, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que, “nos últimos anos, ficou claro que existem diferenças entre os países sobre como proceder com a redução de armas nucleares”, mas assumiu a vontade do seu país em “trabalhar pacientemente para servir de ponte entre os dois lados e liderar os esforços da comunidade internacional para a desnuclearização”, assumiu.
Três dias depois da bomba nuclear que atingiu Hiroshima, causando 140 mil mortos, os Estados Unidos lançaram, a 9 de agosto de 1945, uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, levando à capitulação do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Em março, o número total de “hibakusha” [sobreviventes] ascendia a 154.859, face aos 372.264 contabilizados em 1980. A idade média dos sobreviventes dos bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki é superior a 82 anos.
Comentários