“Estávamos a ouvir, no congresso, o CDS a bater com a mão no peito em relação à saúde. Pois [o CDS] devia prestar contas, porque votou contra o fim das taxas moderadoras e acompanhamento dos doentes não urgentes”, afirmou Jerónimo de Sousa, referindo-se ao congresso dos centristas que hoje terminou, durante o comício comemorativo do 97.º aniversário do PCP.
O secretário-geral criticou ainda os CTT por “fecharem balcões, desinvestirem e sugarem as reservas da empresa”, anunciando depois, como fizeram esta semana, que “vão distribuir aos seus accionistas dividendos que são mais do dobro do lucro obtido em 2017”.
Para Jerónimo de Sousa, “os setores estratégicos da economia estão hoje dominados pelos monopólios, nacionais e sobretudo estrangeiros e são cada vez mais preocupantes e escandalosas as suas práticas com consequências graves na vida das populações.
O comunista alertou ainda para a “situação vivida no Serviço Nacional de Saúde (SNS), cuja gravidade exige uma imediata intervenção para dotar os serviços dos meios necessários para assegurar o direito à saúde dos portugueses”.
Lembrando ter sido por isso que o PCP apresentou um Plano de Emergência para o Serviço Nacional de Saúde que esteve em debate na sexta-feira na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa criticou o PS por, “mais uma vez”, “convergir com as opções do PSD e do CDS”.
Para Jerónimo de Sousa, com isto o PS optou “por soluções que favorecem o negócio privado da saúde, com o seu apego à manutenção das Parcerias Público-Privadas”.
O secretário-geral lamentou, em concreto, que “as propostas de revogação das taxas moderadoras e a reposição do direito ao transporte dos doentes não urgentes não tenham sido aprovadas”.
Segundo o comunista, o plano apresentado, que “viu algumas das suas medidas mais importantes aprovadas”, contempla “a necessidade de um reforço do investimento para a requalificação e construção de centros de saúde e hospitais, a substituição e renovação de equipamentos, a contratação de profissionais de todas as categorias”, assim como “a atribuição de um médico de família e enfermeiros a todos os utentes e a redução dos tempos de espera para consultas e cirurgias”.
Quanto aos CTT, Jerónimo de Sousa apontou-os como “espelho das desastrosas privatizações e concessões de serviços que sucessivos governos promoveram”.
“O país tem assistido a uma sistemática degradação do serviço prestado às populações, anunciam-se e concretizam-se encerramentos de balcões e despedimentos por todo o País, entretanto esta semana anunciaram que vão distribuir aos seus acionistas dividendos que são mais do dobro do lucro obtido em 2017”, observou.
“Fecham balcões, desinvestem, sugam as reservas da empresa, degradam o serviço postal, para quê? Para garantir generosos e escandalosos dividendos!”, lamentou.
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