Em comunicado, o gabinete do ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes, revelou que “foram designados, em regime de substituição, o diretor-geral e uma subdiretora-geral, respetivamente, João Pedro Costa Correia Bernardo e Maria José Silva Reis Espírito Santo, ambos pertencentes ao mapa de pessoal da DGEG, e foi mantida a comissão de serviço da subdiretora-geral Maria Cristina Vieira Lourenço”.

Segundo a mesma nota, “a DGEG foi objeto de uma reestruturação, empreendida pelo Decreto-Lei n.º 69/2018, de 27 de agosto, a qual implicou a cessação das comissões de serviço dos seus dirigentes”.

Sai assim Mário Guedes, que era o líder da DGEG desde abril de 2017, e que foi escolhido pelo anterior secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches. Depois da entrada de João Galamba, que assumiu esta pasta, foi decidida a cessação da comissão de serviço do diretor.

Segundo um despacho de março deste ano, publicado em Diário da República, e assinado por Mário Guedes, João Bernardo saiu do cargo de diretor de Serviços de Sustentabilidade Energética, que ocupava nessa altura, com uma avaliação negativa.

“No decurso das funções ocorreram vários factos que determinam a necessidade de imprimir uma nova orientação à gestão da identificada direção de serviços, designadamente, falhas no cumprimento das atribuições, com impacto negativo no serviço público, enquanto órgão máximo da Administração Pública, que representando um forte indicador da necessidade, não esgotam as razões, na medida em que o próprio Diretor-Geral tem perceção da urgência numa mudança na gestão daquela direção de serviços”, lê-se no diploma.

Mário Guedes esteve cerca de 18 meses no cargo, que assumiu em regime de substituição, após a exoneração de Carlos de Almeida.

No final de março de 2017, Seguro Sanches confirmou à Lusa que Carlos de Almeida tinha pedido para cessar funções, por questões pessoais, e sublinhou o seu "bom trabalho" naquelas funções.

"O engenheiro Carlos de Almeida fez um bom trabalho na direção-geral, nomeadamente no combate às gorduras do sistema. Há temas em que foi muito importante mesmo. Mas agora pediu para mudar, teve um desafio profissional", disse Jorge Seguro Sanches, em declarações à Lusa.

A DGEG tem a tutela do setor das minas e pedreiras, que tem sido notícia desde segunda-feira, na sequência do deslizamento de um grande volume de terra na estrada entre Borba a Vila Viçosa, no distrito de Évora, que provocou a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de uma pedreira.

Questionada pela agência Lusa sobre a existência de qualquer relação entre a substituição na DGEG e o deslizamento de terras na estrada entre Borba e Vila Viçosa, fonte oficial do Ministério do Ambiente e da Transição Energética (que tem a tutela sobre a DGEG) recusou fazer comentários.


Notícia atualizada às 19:36