Este projeto político foi transmitido por José Luís Carneiro no final de um encontro que lhe foi solicitado por parte do bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, em Lisboa, durante o qual o candidato socialista esteve acompanhado pelos deputados do PS Maria Antónia Almeida Santos e Lacerda Sales.
Perante os jornalistas, o candidato à liderança socialista foi questionado sobre as suas expectativas em relação às negociações previstas para hoje entre o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e os sindicatos médicos.
José Luís Carneiro defendeu as reformas em curso no Serviço Nacional de Saúde (SNS), pediu flexibilidade negocial aos sindicatos e salientou o esforço de aproximação que tem vindo a ser feito não apenas por Manuel Pizarro, mas, sobretudo, por parte do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro das Finanças, Fernando Medina — este último, seu apoiante na corrida à liderança do PS.
Porém, nas declarações aos jornalistas, o ex-secretário-geral adjunto do PS pretendeu antes destacar o seu projeto de médio prazo para a saúde, depois da reunião que teve com Carlos Cortes.
“O bastonário da Ordem dos Médicos vai agora ouvir os membros da sua estrutura diretiva, mas validámos um princípio: Um compromisso de legislatura que integre a variável associada ao investimento nas infraestruturas e às condições para a dignificação da atividade profissional”, declarou o atual ministro da Administração Interna.
José Luís Carneiro prometeu também que dará atenção às condições de formação ao longo do percurso profissional, tendo em vista a realização de atividades de investigação e a formação das mais jovens gerações.
“Nos últimos dias, tenho vindo a fazer acordos de princípio com instituições parceiras do SNS. Verifiquei que há um princípio de acordo com as instituições do setor social para reforçar em 50% as consultas e para reforçar as cirurgias e os exames de diagnóstico. Queremos, ainda, integrar na rede de cuidados continuados a saúde mental e as demências, porque há capacidade de resposta infra-estrutural e de meios humanos”, defendeu.
O candidato à liderança dos socialistas salientou igualmente a importância da iniciativa denominada “Voltar a Casa”, em que “nas instituições de desenvolvimento social reúnem condições para, no período de seis meses, cerca de 300 idosos, que estão instalados nos hospitais, por falta de retaguarda familiar ou social, o possam fazer”.
“Temos de conseguir trabalhar em conjunto para valorizar a resposta de proximidade, fazendo do centro de saúde e do médico de família a primeira e mais importante resposta – uma resposta que se deve diversificar e tornar-se mais forte junto das comunidades locais, através de uma articulação da Saúde com a Segurança Social”, sustentou.
Neste último ponto, José Luís Carneiro indicou que o sistema tem também de basear-se numa “flexibilização em temos de contractualização com os territórios”, já que apresentam realidades distintas em termos sociais.
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