À entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, que decorre esta noite na sede socialista, em Lisboa, o dirigente e deputado do PS considerou que o “único e principal responsável” pela crise política é Luís Montenegro.

“Naturalmente que hoje o conjunto da sociedade portuguesa e das suas forças vivas, todos desejam que não haja uma crise política, mas neste momento e em função destes factos só mesmo o Presidente da República pode impedir que haja uma crise política exercendo a sua magistratura de influência”, defendeu.

José Luís Carneiro considerou que o ponto a que se chegou é de “praticamente não retorno”, mas lembrou que Marcelo Rebelo de Sousa tem “um poder que conta no sistema constitucional”.

“E o sistema constitucional tem mecanismos que permitem ao Presidente da República impedir que o país seja confrontado com uma crise política. Estamos a falar das terceiras eleições em três anos, ou seja, é colocar o país numa circunstância muito difícil tendo em conta o quadro internacional”, avisou.

O líder do PS apontou que a “solução mais viável” passa pelo chefe de Estado “convencer o primeiro-ministro a não submeter a sua moção de confiança ao parlamento”.

“Mostrando-lhe que optar por esse caminho significa, por um lado, sublinhar aquilo que temos vindo a dizer, ou seja, que só há um e principal responsável, quer por aquilo que terá feito, quer por aquilo que não esclareceu”, apontou.

Por outro lado, o antigo opositor de Pedro Nuno Santos na disputa interna pela liderança socialista enfatizou o PS já contribuiu para a viabilização do orçamento, do programa do Governo, da Mesa da Assembleia da República e rejeitou duas moções de censura.

“Não se pode pedir que seja o Partido Socialista, que tem os seus valores, que tem os seus princípios, que tem a sua dimensão programática, a sua proposta política para o país, que seja o Partido Socialista a segurar e a suportar o Governo”, defendeu.

Segundo Carneiro, o PS “não se dissolveu” e “continua a ser o partido que tem uma alternativa política para o país”.