Para o ainda ministro da Administração Interna, o ideal de liberdade deve ser um dos desígnios do PS, que deve manter-se fiel ao legado dos seus fundadores que lutaram por uma sociedade de “progresso e bem-estar” e pela integração europeia, mas preservando sempre a autonomia estratégica do partido.
“Essa ideia de sociedade é uma ideia que coloca a liberdade como primeiro objetivo estratégico, o que significa afirmar a nossa autonomia para autodeterminar a vontade do PS (…) no diálogo com os partidos à nossa esquerda, naquilo que tem que ver com o aperfeiçoamento das políticas sociais e a valorização das políticas públicas, mas que também dialoga com os partidos democráticos, para salvaguardar as liberdades, para salvaguardar a democracia e para afirmar as questões estratégicas do Estado”, disse.
José Luís Carneiro defendeu também que o diálogo com os “partidos democráticos” é fundamental para dar resposta “às questões ligadas à soberania da justiça, da administração interna, da política externa, da reforma do sistema político, da reforma dos poderes do Estado”, dando como exemplo a descentralização de competências para os municípios e para as freguesias, mas também o que designou como “um primeiro passo para a legitimação democrática das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais”.
“Para avançarmos com estas mudanças, foi necessário o diálogo, nomeadamente com o PPD/PSD, numa responsabilidade que o secretário-geral me confiou na altura, enquanto vice-presidente da bancada e enquanto secretário-geral adjunto, porque os nossos parceiros à nossa esquerda não estavam interessados em envolver-se neste objetivo de descentralização do Estado”, justificou.
“Mas foi com os parceiros à esquerda que nós aperfeiçoámos respostas, nomeadamente em relação ao Serviço Nacional de Saúde [SNS] e no que diz respeito às questões da proteção laboral e da dignificação das condições do mundo laboral”, acrescentou, reiterando que o PS nunca deverá ficar limitado na capacidade de ação e de afirmação dos seus valores programáticos.
José Luís Carneiro falava a cerca de duas centenas de apoiantes num encontro com militantes socialistas realizado terça-feira à noite no auditório Charlot, em Setúbal, no âmbito da campanha para as eleições diretas no PS, que terão lugar a 15 e 16 de dezembro.
A presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, e o ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, elogiaram José Luís Carneiro, que consideraram ser o melhor candidato à liderança do PS.
Entre os apoiantes da candidatura de José Luís Carneiro estão também o atual presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, e a ex-presidente da Câmara Municipal do Montijo, Maria Amélia Antunes.
Na corrida à liderança do PS, José Luís Carneiro tem como adversários Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião.
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