Sobre os acontecimentos que tiveram lugar no dia de ontem e a ameaça de boicote às eleições, José Luís Carneiro sublinhou que foi participado à Inspeção-Geral da Administração Interna as declarações do presidente do SINAPOL (Sindicato Nacional da Polícia), que "ameaçaram colocar em causa a atividade da PSP durante os próximos atos eleitorais".

Mais ainda apresentou que a PSP se encontra a concluir a identificação dos autores dos desacatos em Famalicão, que irão partilhar com o Ministério Público.

Destacou também que já falou com o primeiro-ministro e com o Presidente da República sobre esta matéria, e que os jogos de futebol que estão agendados para o dia de hoje irão acontecer.

Sobre as manifestações, o governante sublinhou que "o direito de manifestação é um direito legítimo, mas tem limites, que é a garantia do cumprimento da missão confiada às forças de segurança e todos os atos que atentem contra esses deveres serão objeto de participação disciplinar e eventualmente participação criminal".

Sobre o suplemento pedido reivindicado pelos polícias da PSP e os guardas da GNR que motiva os protestos, Carneiro sublinhou que: "O governo em gestão não tem legitimidade passa assumir encargos permanentes e duradouros".

Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há mais de três semanas em protestos.

Recorde-se que, este sábado, em entrevista à CNN, Armando Ferreira, presidente do SINAPOL, admitiu que as eleições legislativas podem estar em risco, uma situação revelada depois do adiamento do encontro Famalicão-Sporting, da I Liga, por ausência de policiamento no encontro da 20.ª jornada.

"Começamos a temer que se, para hoje, houve falta de polícias, poderá haver falta de polícias para 10 de março, porque os boletins de voto são transportados pelas forças de segurança e as urnas de voto também", referiu.

"Eu quero acreditar que isso não vai acontecer. (...) Mas eu não controlo os meus colegas. Eu não tenho mão nos meus colegas", frisou ainda.

Armando Ferreira lembrou também o que motiva estas ações: "Parece que o Governo não quis ouvir os gritos de revolta dos polícias".

Lembra-se que, além do jogo Famalicão-Sporting, também este domingo já foi adiado jogo Leixões-Nacional da 20.ª jornada da II Liga, marcado para hoje às 11h00.