Numas eleições em que votaram 1550 pessoas, José Manuel Bolieiro colheu 1526 votos, ou seja 98,5%, um resultado que não o deixa “nem defraudado, nem eufórico”, confessa, sublinhando que “a candidatura única vale, sobretudo, pelo consenso”.
“Há, efetivamente uma maturidade para a coesão do partido com uma candidatura única, com o reconhecimento e a responsabilidade da importância do PSD se reorganizar, reforçar a sua credibilidade, e apostar numa mensagem de confiança para os Açores e os açorianos”, prosseguiu o também presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
O vice-presidente de Rui Rio na direção nacional do PSD conta “com todos” para “fazer do partido um grande partido de alternativa na governação dos Açores”.
As eleições internas no partido foram marcadas, no fim de outubro, pelo Conselho Regional do PSD/Açores, estando ainda agendado um congresso regional para 17, 18 e 19 de janeiro, tendo Bolieiro, anunciado a sua candidatura a líder da estrutura em 14 de novembro.
Para o congresso que se avizinha, Bolieiro adianta que se tratará da “reorganização das estruturas regionais do partido” e espera “fazer o partido pujante, para, com isso, catapultar a sua capacidade eleitoral para outros valores que não os atingidos até agora, isto é, para ganhar”.
O social-democrata será o sucessor de Alexandre Gaudêncio, alvo de uma investigação da Polícia Judiciária por suspeita de violação de regras de contratação pública, de urbanismo e ordenamento do território enquanto presidente da Câmara da Ribeira Grande.
Gaudêncio anunciou a sua demissão do cargo em 15 de outubro, sensivelmente um ano depois de ter derrotado Pedro Nascimento Cabral nas diretas do PSD/Açores de 2018.
Na apresentação da sua candidatura, José Manuel Bolieiro reconheceu que a estrutura partidária "vive um momento de fragilidade".
"É tempo de me colocar ao dispor dos militantes, na certeza do meu percurso feito e com a esperança de que podemos fazer melhor pelos Açores", disse.
Bolieiro acrescentou que o PSD do arquipélago – região governada pelo PS - tem nos próximos anos um período "particularmente exigente", com eleições regionais em 2020 e autárquicas e presidenciais depois.
"O PSD/Açores tem de se preparar para este ciclo político, para a democracia e para ser alternativa credível. Ser credor da confiança do povo. Os Açores precisam de uma mudança de políticas", vincou então.
Nas eleições de 2018, Alexandre Gaudêncio recolheu 60,9% dos votos, enquanto o seu opositor, Pedro Nascimento Cabral, obteve 37,5%.
Nas eleições diretas de então participaram 2.820 militantes, um aumento de 53,8% na afluência às urnas em relação ao ato eleitoral anterior.
Alexandre Gaudêncio obteve 1.716 votos e Pedro Nascimento Cabral alcançou 1.058, tendo-se registado ainda 46 votos brancos ou nulos.
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