“A conjuntura da crise pandémica impulsionou um consumo intensivo de propaganda jihadista, mais notada entre as camadas jovens. Em Portugal, este fenómeno também se fez sentir, tendo sido sinalizados casos de jovens que, durante o período de confinamento, desenvolveram rápidos processos de radicalização ‘online’, através de propaganda jihadista e do alargamento da sua rede de contactos internacionais, realizado nas plataformas de comunicações, serviços e redes sociais”, indica o RASI, hoje entregue na Assembleia da República.
O relatório alerta que o eventual regresso a Portugal ou a território europeu dos combatentes terroristas estrangeiros de nacionalidade portuguesa e os seus familiares “poderá traduzir-se no aumento dos riscos associados ao terrorismo e, inclusive, ao agravamento do grau de ameaça terrorista em Portugal”.
Segundo o RASI, o nível de ameaça em Portugal de terrorismo de matriz islamista não sofreu alterações em 2021, persistindo “fenómenos que continuam a merecer acompanhamento permanente pelo potencial lesivo para a segurança interna”.
No capítulo dedicado às ameaças da segurança interna, o RASI dá conta que, em 2021, continuou a registar-se, em diferentes plataformas e redes sociais, uma crescente simpatia de utilizadores portugueses pelas correntes terroristas da extrema-direita.
Ao nível de atividades presenciais, “as organizações dos diferentes setores da extrema-direita retomaram, quando possível, as suas atividades de celebrações e protestos, tendo evidenciado, contudo, fraca capacidade de mobilização”, refere RASI, sublinhando que a pandemia condicionou, em diferentes períodos do ano, as atividades tradicionais dos extremismo políticos, o que obrigou ao cancelamento de algumas iniciativas ou à sua migração para o ambiente virtual.
O relatório diz que, independentemente destas limitações, “a extrema-direita manteve a estratégia de exploração da conjuntura pandémica ‘online’, tendo disseminado propaganda, desinformação e teorias da conspiração e aproximando-se do universo dos movimentos negacionistas com o intuito de empolar uma narrativa antissistema na sociedade civil”.
O RASI indica ainda que no ano passado se observou “a continuidade de vários focos de operações cibernéticas ofensivas contra alvos nacionais, com origem num leque alargado de agentes de ameaça”.
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