“Se tivermos de pular os muros, pularemos. Mas se tivermos de os derrubar, também os derrubaremos (..) Não estamos adormecidos. Estamos a preparar o momento oportuno e isso responde a uma estratégia”, disse Juan Guaídó, em Caracas.
O líder da oposição falava para centenas de simpatizantes no Colégio Médico de Caracas (equivalente à Ordem dos Médicos), onde apresentou o Roteiro Nacional de Conflitos, com as próximas ações orientadas para que haja eleições livres no país.
“Iremos juntos à Assembleia Nacional, à casa das leis, da civilidade, caminhando, marchando com força. Iremos erguer-nos em cada canto e esquina do país (…), mas não podemos esperar até 10 de março”, declarou, referindo que na próxima quinta-feira haverá um protesto convocado pelos estudantes.
Guaidó garantiu estar disposto a “aceitar o sacrifício que for necessário” caso o Governo venezuelano ordene que seja detido ou detenha algum familiar seu, porque “é hora de avançar, para abrir as portas da democracia”.
Segundo Juan Guaidó, o protesto é uma mensagem para o regime de que a oposição não cede e que se mantém firme nos objetivos de afastar do poder o Presidente do país, Nicolás Maduro, convocar um regime de transição e eleições livres.
“[É] uma mensagem à ditadura e ao mundo que nos vê”, acrescentou.
Guaidó referiu que os venezuelanos têm vários problemas, como falta de acesso à saúde ou à eletricidade, baixos salários e que os “jornalistas são perseguidos por informar” e quem pensa diferente “é torturado”.
Como parte dos pedidos da oposição está um Conselho Nacional Independente, um Supremo Tribunal de Justiça imparcial, mais apoio internacional, a liberdade de imprensa e a participação política de todos os venezuelanos.
Juan Guaidó foi reeleito, em janeiro último, presidente da Assembleia Nacional por uma centena de deputados opositores.
Também em janeiro, alguns deputados opositores e uma minoria de parlamentares afetos ao regime elegeram Luís Parra como presidente da Assembleia Nacional.
Desde então, a oposição tem tido dificuldade em aceder ao edifício.
A crise política, económica e social, na Venezuela, agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó jurou assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres.
Juan Guaidó conta com o apoio de mais de 50 países, entre eles Portugal, uma decisão tomada no âmbito da União Europeia.
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