“Ninguém me fará retirar do processo”, disse Kavanaugh, conservador, 53 anos, que está a ser ouvido na Comissão Judicial do Senado depois de hoje já ter sido ouvida Christine Blasey Ford.
“Estou inocente”, acrescentou, sublinhando os efeitos desta controvérsia para a sua família.
Kavanaugh sustentou que o seu processo de confirmação para um lugar vitalício no Supremo Tribunal norte-americano se “tornou numa vergonha nacional”.
“A minha família e a minha reputação foram destruídas para sempre”, disse, denunciando o que considera ser um “golpe político orquestrado e assegurando que não se deixará intimidar.
“Podem derrotar-me na votação final, mas nunca me farão desistir. Nunca”, disse.
Kavanaugh, que se engasgou e esteve por várias vezes à beira das lágrimas, “negou categoricamente” todas as acusações de Christine Blasey Ford, garantindo que nunca fez as coisas de que é acusado à professora, nem a nenhuma outra mulher.
Christine Blasey Ford, a primeira mulher que acusou publicamente Brett Kavanaugh de abusos sexuais, foi hoje ouvida no Comité Judicial do Senado, órgão responsável pela avaliação e confirmação do candidato proposto por Trump.
Durante a audição pública e transmitida em direto na televisão, a professora universitária de 51 anos afirmou que decidiu testemunhar porque acreditava que tinha esse “dever cívico”.
“Não estou aqui hoje porque quero, estou aterrorizada. Estou aqui porque sinto que é o meu dever cívico contar-vos o que aconteceu comigo quando Brett Kavanaugh e eu frequentávamos o secundário”, declarou.
Christine Blasey Ford acusa Brett Kavanaugh de tentar violá-la durante uma festa em 1982, quando ambos frequentavam o ensino secundário.
“Acreditei que ele ia violar-me”, declarou a professora universitária, num tom emocionado, segundo descreveram as agências internacionais.
Ford garantiu que não existiu qualquer engano sobre a identidade do agressor, sublinhando que sentiu que era sua responsabilidade contar a verdade.
Diante dos senadores, Christine Blasey Ford declarou que a agressão está gravada na sua memória e que a tem perseguido ao longo dos anos.
A professora universitária relatou que Kavanaugh, juntamente com outros rapazes, a empurrou para um quarto numa casa durante uma festa.
Na altura, o agora juiz empurrou-a para a cama, apalpou-a e tentou retirar-lhe a roupa. Quanto ela tentou gritar, ele tapou-lhe a boca com a mão.
A par de Christine Blasey Ford, pelo menos outras duas mulheres acusaram publicamente, até ao momento, Brett Kavanaugh de má conduta sexual.
Comentários