À saída do tribunal, em declarações ao jornalistas, antigo ministro da Economia afirmou: "Não temo nenhuma acusação. Tenho a história verdadeira. Tudo o que recebi tem justificação, tudo tem contrato. Alguém que tem uma renda, uma pensão, prémios, pode os receber. Nunca recebi uma avença".

Tendo vindo de Braga, Manuel Pinho afirmou que virá "todas as vezes que forem necessárias", para “desmontar ponto por ponto a acusação” de que é alvo. Manuel Pinho disse que conta desmontar as acusações relativas a “todos os crimes, incluindo o de fraude fiscal”.

Manuel Pinho, antigo ministro da Economia entre 2005 e 2009, está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021. É acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal. A mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal, em coautoria material com o marido e Ricardo Salgado vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Ricardo Salgado foi submetido, em 28 de setembro, a um exame neurológico no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) de Coimbra, que foi pedido pelos advogados do antigo presidente do BES em vários processos nos últimos dois anos, para avaliar o impacto no julgamento do diagnóstico de doença de Alzheimer que lhe foi atribuído, mas só tem valor de perícia no processo EDP.

Inicialmente ligada à gestão da empresa elétrica e a alegados favores, a investigação do processo EDP arrancou em 2012 por suspeitas de corrupção e participação económica em negócio por parte dos antigos administradores António Mexia e Manso Neto para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, teriam corrompido o ex-ministro Manuel Pinho.

No entanto, o MP acabou por separar em dezembro de 2022 os processos, ao centrar-se por agora nas suspeitas de corrupção e branqueamento com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo (GES) relativamente a Manuel Pinho, Alexandra Pinho e Ricardo Salgado.

*Com Lusa