Juncker falava em Berlim na apresentação do livro “Neuvermessungen (Novas Medições)”, do ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Sigmar Gabriel, que explicita a sua visão sobre os principais desafios da atualidade, da imigração, à digitalização e à ascensão da extrema-direita.
“Com França temos um problema particular: os franceses gastam demasiado dinheiro e gastam demasiado nas coisas erradas. Isto não vai funcionar a longo-prazo”, disse o presidente da CE.
Junker considerou que a França precisa de realizar reformas económicas – como já propôs Macron -, mas no seu próprio tempo, sem pressões externas.
Neste sentido, indicou que o país também precisa de flexibilidade em termos do défice, enquanto aplica as reformas, adiantando que a consolidação fiscal é “a tarefa de uma geração” e defendendo que não se deve falar apenas de défice, mas também de crescimento.
Gabriel secundou o presidente da comissão ao defender que se dê mais espaço de manobra à França no domínio orçamental, recordando que quando a Alemanha, com o chanceler Gerhard Schroeder, aplicou as reformas estruturais da Agenda 2010, não cumpriu os limites do défice.
“O meu pedido” é que como alemães não se proíba aos outros a flexibilidade de que a Alemanha beneficiou naquele momento, declarou o chefe da diplomacia alemã.
Logo após saber da vitória eleitoral de Macron, Gabriel emitiu uma declaração pedindo ajuda para o futuro Presidente francês, com o fim da política da “ortodoxia fiscal” na União Europeia e o lançamento de um plano de investimentos alemães.
Segundo assinalou, apenas o Ministério das Finanças alemão defende a austeridade fiscal.
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