Na última quarta-feira, a revista brasileira publicou parte de um relatório do MPRJ sobre um suposto esquema ilícito que teria sido criado no gabinete de Flávio Bolsonaro quando era deputado estadual do Rio de Janeiro.
O documento do MP cita indícios da prática de branqueamento de capitais com imóveis, informação que foi usada para justificar à Justiça o pedido de quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas a Flávio Bolsonaro.
De acordo com os investigadores, Flávio Bolsonaro terá investido 9,4 milhões de reais (2 milhões de euros) na compra de 19 salas e apartamentos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, entre 2010 e 2017, e fez operações suspeitas de venda de imóveis que renderam lucros de 3 milhões de reais (670 mil euros) no período.
O MP suspeita que a suposta fraude pode ter ocorrido para "simular ganhos de capital fictícios" que encobririam "o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos" praticado por Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Se confirmados, os desvios teriam sido efetivados pela prática ilícita do que no Brasil chamam de "rachadinha", ou seja, o desvio de parte do salário pago pelo Estado a assessores e funcionários de gabinete para os políticos que os contratam.
Investigações sobre o filho do Presidente do Brasil ganharam visibilidade no final do ano passado, quando ele e seu ex-assessor Fabrício Queiroz foram citados em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que encontrou movimentações atípicas na conta deles.
Segundo o Coaf, Fabrício Queiroz fez movimentações financeiras atípicas no valor de 1,2 milhões de reais (270 mil euros) na sua conta bancária, valor totalmente incompatível com seus ganhos salariais.
O relatório indicou que o ex-assessor também recebeu diversas transferências e depósitos feitos por oito funcionários do gabinete parlamentar de Flávio Bolsonaro na Alerj.
Já Flavio Bolsonaro foi citado inicialmente porque recebeu depósitos na sua conta bancária de uma agência bancária situada dentro da Alerj e pelo ganho de património com imóveis.
Após a publicação da reportagem, Flavio Bolsonaro reafirmou que é inocente.
"Não são verdadeiras as informações vazadas na revista Veja acerca de meu património. Continuo sendo vítima de seguidos e constantes vazamentos de informações contidas em processo que está em segredo de justiça", escreveu na rede social Twitter.
“Os valores informados são absolutamente falsos e não chegam nem perto dos valores reais. Sempre declarei todo meu património à Receita Federal e tudo é compatível com a minha renda. Tenho meu passado limpo e jamais cometi qualquer irregularidade em minha vida. Tudo será provado em momento oportuno dentro do processo legal", concluiu.
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