"Keyla Brasil foi encontrada hoje e já está em segurança. Ela se manterá em recolhimento para que possa se recuperar de tudo o que está passando. Visando sua segurança, não compartilharemos mais informações sobre o caso até que ela mesma possa falar por si", informa a Casa T numa publicação no Facebook.

Recorde-se que Keyla Brasil foi a autora de um protesto no Teatro S. Luiz por causa de uma peça em que o papel de uma personagem trans era protagonizado por um ator cisgénero, a que Keyla chamou de “transfake”.

O desaparecimento da atriz ocorreu durante uma viagem de autocarro de Keyla desde Tábua a Lisboa. “A atriz e performer trans ficou incomunicável por volta das 16 horas de sexta-feira, 27 de janeiro, altura em que foi vista já no autocarro. Nas redes sociais, a Casa T apelou a quem a tivesse contactado posteriormente para partilhar a informação”, escreveu o JN.

A atriz tinha-se refugiado “nas montanhas” por ter recebido “ameaças e mensagens de ódio” depois do protesto. Segundo as responsáveis pela Casa T, adianta o Público, Keyla Brasil enviou “três pedidos de socorro a três pessoas diferentes da comunidade transvestigênere”, às 15h14 de sexta-feira. “Não foi uma comunicação convencional”.

Após o apelo, alguns conhecidos da atriz foram a Tábua, mas esta "já não estava lá. A gente fez uma pequena busca no lugar onde ela estava hospedada, e assim que percebemos que os pertences dela não se encontravam lá, a gente se dirigiu imediatamente à esquadra da GNR de Tábua para apresentar a denúncia de desaparecimento.”

O desaparecimento foi comunicado à PSP e foram "adotadas medidas" consideradas "urgentes”.

No protesto, Keyla Brasil interrompeu a peça e invadiu o palco a gritar "Transfake! Desce do palco! Tenha respeito por este lugar".

A manifestação foi filmada pelo público, que partilhou a sua intervenção nas redes sociais.

O ator, que representava o papel de Lola (transexual), foi substituído pela atriz trans Maria João Vaz.