A eurodeputada e líder da União Nacional gaulesa está em Portugal para uma visita de dois dias, apoiando assim a candidatura do deputado único do partido da extrema-direita parlamentar portuguesa, e ambos deram uma conferência de imprensa num hotel lisboeta.
“É um dia muito feliz e importante, com a vinda de Marine Le Pen a Portugal quando estamos a dar o primeiro passo nas eleições presidenciais. É simbólica. O Chega, filiado na família europeia Identidade e Democracia, partilha o projeto e as ideias para a Europa com a União Nacional: uma Europa dos europeus, de quem trabalha, de quem se integra, de quem paga impostos e não a Europa daqueles que só vêm beneficiar do sistema económico e de segurança social sem aceitar a integração”, defendeu.
Segundo André Ventura, o Chega “tem um percurso muito mais recente” do que o seu congénere francês, mas já possui resultados nas sondagens muito animadores".
“Este convite é um sinal. Le Pen tem sido em França e na Europa uma lutadora pela Europa que acreditamos que é possível, de matriz cultural e cristã e de identidade, contra a imigração descontrolada”, elogiou.
A política da extrema-direita francesa revelou-se “muito feliz” com a “primeira” visita a Portugal.
“É uma alegria apoiar o André Aventura nesta eleição presidencial. A União Nacional e o Chega são partidos parceiros. Partidos europeus com a mesma identidade, mas não somos clones. Somos aliados, parceiros. A filosofia é reconhecer e respeitar as respetivas especificidades nacionais”, afirmou.
Para a líder nacionalista, “França e Portugal, através da diáspora portuguesa, criaram relações de amizade, respeito e ligação profunda”.
“Parecia-nos uma incongruência que Portugal, tão legitimamente orgulhoso da sua historia, se tivesse mantido à margem deste grande movimento mundial, desta vaga histórica de reconquista nacional”, disse Le Pen, referindo-se à recente fundação do partido nacional-populista português.
A eurodeputada gaulesa elogiou “o chefe político talentoso (Ventura)”, que, “rapidamente vai ser a primeira força política do país e um grande dirigente e estadista europeu”.
“Agora que Portugal assumiu a presidência da União Europeia, os patriotas não podem ignorar que o seu voto tem significado”, defendeu.
Marine Le Pen criticou ainda o primeiro-ministro português, António Costa, por declarações anteriores do líder socialista a propósito do Pacto para a Imigração e da abertura para acolher imigrantes e assim solucionar o problema demográfico.
“Foram palavras preocupantes. Sei quanto os portugueses são orgulhosos do seu país, apreciam a tranquilidade e a cortesia. Não deixem que aconteça, defendam o vosso país, a História, as famílias, as crianças e também a Europa inteira. Viva o Chega, viva Ventura e a amizade franco-portuguesa!”, concluiu Marine Le Pen.
Ventura e Le Pen condenam violência em Washington
“O Chega condena qualquer ato de violência sobre as instituições. Acreditamos na democracia pelo voto e pela escolha dos eleitores. Foi altamente condenável”, afirmou o também candidato presidencial André Ventura.
“Agora, se Biden (Presidente eleito dos EUA) pode ser um perigo para o mundo e para a Europa? Penso que sim. Já demonstrou e deu provas de que pretende reforçar a relação com a China em vez de com a Europa”, acrescentou.
A eurodeputada francesa garantiu que “nunca” apoiou diretamente Donald Trump.
“Disse que a eleição de Trump era melhor para os interesses da França. Condeno, de forma bastante firme, os acontecimentos que tiveram lugar, a invasão e as pilhagens no Capitólio. Cada um tem o direito de contestar nos tribunais, mas não se pode usar a violência”, defendeu.
Para Le Pen, “as coisas são completamente claras: os votos foram certificados e Biden é Presidente”.
“Contudo, está um país fraturado, profundamente dividido, algo que é preocupante. Espero que cada um faça o possível para poder pacificar a situação. Trump perdeu as eleições, mas houve 74 milhões de pessoas a votarem nele”, acrescentou.
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