“O Governo Regional dos Açores lançou um alarmismo inusitado quando disse que eram precisos 1,5 mil milhões de euros para recuperar os passivos ambientais da ilha Terceira”, adiantou, em declarações aos jornalistas, à margem da sessão de abertura das jornadas parlamentares do partido, que se realizam em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Em 2015, na sequência do anúncio de redução militar norte-americana na base das Lajes, o Governo Regional apresentou o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT), em que reivindicava uma compensação dos Estados Unidos (EUA) na ordem dos 167 milhões de euros anuais, durante 15 anos, dos quais 100 milhões se destinavam a "reconversão e limpeza ambiental".
Segundo Duarte Freitas, ou esse valor era de facto necessário ou o executivo açoriano lançou um “alarmismo indevido”.
“Ou era de facto verdade isso que o Governo Regional pretendia, e, portanto, não era alarmismo, ou se não era verdade foi um alarmismo indevido que o Governo Regional provocou ou então queria sacar dinheiro indevidamente”, apontou.
O líder regional social-democrata reivindicou, por isso, novamente, um novo estudo sobre o problema, realizado por uma entidade internacional.
“O PSD já há algum tempo defendeu que devia haver um estudo feito por uma entidade internacional, de créditos firmados, para estudar aquilo que se passa na ilha Terceira, respeitante aos passivos ambientais deixados pelos norte-americanos”, salientou.
A contaminação de solos e aquíferos na ilha Terceira, nos Açores, provocada pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes, foi identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos e confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que tem monitorizado desde então o problema.
Para Duarte Freitas, é necessário envolver uma nova entidade, porque “há um conjunto de dúvidas que continuam a subsistir”.
“Entendemos que da parte do Governo português e da parte do Governo americano, deve haver um entendimento para escolher essa entidade de créditos firmados, para que se possa de facto aferir o que está em causa, como se pode corrigir, quando e de que forma”, frisou.
O ministro da Defesa Nacional disse esta semana que o LNEC identificou 41 locais contaminados na ilha Terceira, dos quais alguns já foram descontaminados ou remediados e outros exigem um reforço de análises, por haver uma divergência com os Estados Unidos da América.
Azeredo Lopes anunciou ainda a realização de um novo estudo pelo LNEC e pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil para atualizar os dados existentes.
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