Khammany Inthirath, ministro da Energia e Minas de Laos, afirmou hoje numa conferência de imprensa em Vienciana que a empresa construtora, uma ‘joint venture’ liderada por empresas sul-coreanas, com parceiros tailandeses e laosianos, deve assumir a responsabilidade das compensações pelo desastre, que causou vários mortos, 131 desparecidos e mais de 6.000 desalojados.
"Em relação à questão da compensação, gostaria de assegurar em função do acordo de concessão que todos os incidentes relacionados com a construção da barragem devem ser assumidos a 100% pelos responsáveis do projeto", disse Inthirath.
A empresa Xe-Pian Xe-Namnoy Power Company (PNPC), constituída em 2012 pela tailandesa Ratchaburi Electricity Generating Holding, as coreanas Korea Western Power e SK Engineering and Construction e a Laot Holding State Enterprise, do Laos, ganhou o concurso para a construção no sul do país de três empresas hidroelétricas com capacidade de 410 megawatts, por 1.020 milhões de dólares (873 milhões de euros).
Thongloun Sisoulith, primeiro-ministro de laos, anunciou quarta-feira à noite que as operações de resgate das pessoas presas nas suas casas ou em árvores tinham terminado, e que ficava por descobrir o paradeiro das 131 pessoas dadas como desparecidas, mas não mencionou dados sobre mortos e feridos, mesmo depois do cônsul tailandês no Laos ter afirmado que foram recuperados 26 corpos.
"O impacto das inundações é enorme", admitiu o líder do regime comunista durante um discurso pouco habitual que realizou quando visitou a província de Attapeu, a principal zona afetada.
"Muitas informações provenientes de fontes assumem que as pessoas desaparecidas estão mortas (...). Não posso confirmar se estão vivas ou mortas, apenas que ainda não os encontrámos", indicou o governador da província, Bounhome Phommasane, que ofereceu um balanço provisório de apenas um morto.
Pelo menos 13 aldeias em Attapeu foram inundadas pelos 5.000 milhões de metros cúbicos de água libertados pela barragem quando desabou.
O projeto desenvolvido pela PNPC faz parte de um plano nacional para aproveitar a rede fluvial do país e converter Laos numa fonte geradora de eletricidade limpa para o sudeste Asiático.
O primeiro-ministro de Laos anunciou a abertura de uma investigação sobre as causas da catástrofe, se possíveis falhas técnicas durante a construção ou acumulação de muita água devido às chuvas intensas registadas na zona.
A água da barragem também já chegou ao país vizinho Camboja, provocando fortes inundações e milhares de desalojados, segundo Men Kong, porta-voz da província de Stung Streng.
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