Para Lavrov, se a situação “não mudar” vai ser preciso “assumir que o pacto já não funciona”.
As autoridades russas demonstraram várias vezes nos últimos meses desacordo em relação ao desenvolvimento do acordo porque consideram não estar a ser cumprida a parte do pacto sobre “garantias às exportações dos fertilizantes agrícolas russos”.
Lavrov afirmou que “menos de três por cento” dos trinta milhões de toneladas de cereais ucranianos exportadas a partir do Mar Negro chegou ”aos países mais pobres”.
O chefe da diplomacia russa, de visita oficial ao Quénia, acusou também “a União Europeia – e os países que fazem parte do bloco europeu -” de estarem a tomar ações de “sabotagem à segurança alimentar”.
“Temos a oportunidade de abastecer com produtos do nosso complexo agroindustrial sem passar pelos mecanismos do Memorando Rússia-ONU. Mas, seria mais positivo se o secretário-geral [da ONU, António Guterres] conseguir cumprir tudo o que pede”, disse Lavrov citado pela agência Interfax e referindo-se ao mercado de alimentos e de fertilizantes.
O acordo para a exportação de cereais, firmado em julho de 2022, é um dos poucos pactos alcançados entre a Rússia e a Ucrânia desde a invasão russa que começou no ano passado.
O acordo tem sido prolongado ao longo dos últimos meses sendo que a última extensão deve manter-se em vigor até meados do próximo mês de julho.
As autoridades russas já alertaram que vai ser a última extensão do pacto se as partes envolvidas – Nações Unidas, Ucrânia e Turquia – não garantirem as exportações dos fertilizantes russos e de outros produtos agrícolas da Rússia.
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