“As maiorias absolutas não têm dado resposta aos problemas dos trabalhadores como se tem visto. Aliás, a experiência que os portugueses têm de maiorias absolutas é a experiência de decisões que são tomadas contra os interesses dos trabalhadores e contra as suas condições de vida”, considerou João Oliveira, depois de um encontro com trabalhadores de uma fábrica de baterias, em Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira (Lisboa).
O deputado comunista, que é até ao final da semana o rosto da campanha da CDU para as eleições legislativas, recorreu a uma expressão popular, como faz habitualmente, para dizer que os portugueses ainda se lembram da última maioria absoluta.
“Julgo que podemos utilizar aqui aquela expressão popular: ‘gato escaldado de água fria tem medo’. Os portugueses só de ouvirem falar em maioria absoluta já ficam com medo do que é que isso pode significar”, sustentou.
Questionado sobre se espera um aumento da contestação popular como consequência de uma maioria absoluta do PS, João Oliveira afirmou: “não é uma coisa que se ligue e desligue com um botão, depende da solução”.
À porta de uma fábrica de baterias, a comitiva da CDU distribuiu panfletos com as propostas que a coligação apresenta para o trabalho, nomeadamente o aumento do salário mínimo nacional, a redução do horário de trabalho semanal para as 35 horas e a revogação da caducidade da contratação coletiva.
De panfleto em panfleto, uma conversinha aqui e ali, para chegar ao dia 30 com a CDU “reforçada”, que é como quem diz com mais votos e mais deputados. E para que a mensagem seja bem transmitida a estes trabalhadores, João Oliveira subiu para cima de um banco e garantiu que a CDU vai estar ao lado deles, voltando a levar à Assembleia da República as propostas que acabam por ser sempre chumbadas por PS e PSD, na tentativa de assistir a um desfecho diferente.
João Oliveira vai ser pelos menos até ao fim de semana o dirigente ao ‘leme’ da caravana da CDU, depois de João Ferreira contrair a covid-19. A dupla de dirigentes comunista já estava encarregue de substituir o secretário-geral do PCP na primeira semana de campanha eleitoral.
Jerónimo de Sousa está a recuperar de uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido na semana passada. O dirigente comunista já está a recuperar em casa e a o partido prevê que volte ao “combate eleitoral” — expressão a que recorre bastantes vezes quando fala nas legislativas.
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