“Há neste momento uma exigência de clarificação por parte do PS. O PS tem de responder àquela pergunta que hoje foi feita. O PS recusa a convergência com a CDU que permita impedir a direita ter novamente capacidade de decisão (…) ou não? O PS recusa essas convergências?”, questionou João Oliveira.
Durante o debate que se realizou hoje de manhã entre os líderes dos partidos com representação parlamentar, transmitido em simultâneo pela Antena 1, TSF e Rádio Renascença, Oliveira desafiou o secretário-geral voltar a convergir com a esquerda, como aconteceu em 2015 e que originou a chamada “geringonça”.
No entanto, António Costa apenas respondeu com os limites que já tinha traçado para o diálogo à esquerda.
Em frente à estação ferroviária das Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, o dirigente comunista garantiu que a CDU “continuará a ser a força de convergência do ponto de vista político”.
Questionado pelos jornalistas sobre se a postura de António Costa em relação a um novo diálogo à esquerda demonstra que o primeiro-ministro “não está disponível para entrar no mesmo comboio” que a CDU, João Oliveira ironizou que, “em muitas circunstâncias, o que interessa é haver uma locomotiva que empurre para a frente”.
“Uma coisa é aquilo que o PS diz, outra coisa é aquilo que o povo vai decidir no dia 30. Por muito que o PS queira limitar as suas possibilidades e opções apenas às hipóteses de haver uma maioria absoluta ou de haver entendimentos com o PSD” o povo “é quem mais ordena”, considerou o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP.
Interpelado sobre se há canais abertos com o PS com vista à criação de uma solução de apoio parlamentar ou governativa no pós-eleições, o dirigente comunista garantiu que “canal mais aberto” do que o debate da manhã não há.
Acompanhado de Heloísa Apolónia, a dirigente do PEV que é cabeça de lista da CDU pelo círculo eleitoral de Leiria, e uma pequena comitiva, João Oliveira apanhou o regional entre o Bombarral e as Caldas da Rainha, para experimentar pela ótica do utente o que é viajar numa linha que ainda não está eletrificada e em que algumas estações não dispõem de informação sobre os horários dos comboios.
Para o também líder parlamentar do PCP desde 2013 não há dúvidas, o investimento na ferrovia traduz-se em “enormíssimas vantagens” para o desenvolvimento do país.
A CDU repete Heloísa Apolónia como ‘número um’ por Leiria, distrito onde a CDU não elege um deputado desde 1987. Em 2019, a coligação que integra o PCP, PEV e a associação Intervenção Democrática obteve 4,26% dos votos, ou seja, 9.537, de um total de 223.632 votantes naquele círculo eleitoral.
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