A meio do seu terceiro e último mandato como autarca, após três maiorias absolutas sucessivamente reforçadas, Emídio Sousa suspenderá funções no dia em que a lista do PSD vai dar entrada no tribunal, como é obrigatório por lei, mas propõe-se retomar o mandato na câmara logo após as eleições e só deixar definitivamente o cargo quando tomar posse na Assembleia da República.
A sua eleição para esse órgão é mais do que provável, considerando que o gestor público de 63 anos é o número um da lista definida para Aveiro pela coligação Aliança Democrática (PSD/CDS-PP), da qual aceitou fazer parte devido à “situação extremamente difícil que o país atravessa”.
Emídio Sousa assume que as suas expectativas se prendiam sobretudo com o Parlamento Europeu, pelo que a lista com que concorreu às autárquicas de 2021 já incluía um número 2 “particularmente competente” para o substituir na câmara em caso de necessidade, mas afirma que a opção pela Assembleia da República se revelou “uma questão de força maior”.
Em declarações à Agência Lusa, o candidato explica: “A situação alterou-se muito e houve um apelo do partido no sentido de reunir candidatos experientes, com provas dadas, para tirar o PS do Governo. Aceitei concorrer porque o país precisa dessa renovação e também porque, no parlamento, terei oportunidade de participar mais ativamente nos projetos que são decisivos para o município da Feira e para o distrito de Aveiro”.
Entre esses, Emídio Sousa inclui a construção do anunciado túnel da Cruz, junto ao nó da Feira da autoestrada A1, e a criação de uma estação ferroviária próxima do centro de congressos Europarque, para ligação ao TGV. A ampliação do Hospital São Sebastião e a construção de um novo tribunal na Feira são outros projetos que o candidato quer agilizar em Lisboa, em paralelo à reivindicação de uma estratégia mais eficaz de combate à erosão costeira no distrito.
Quanto à câmara municipal, garante que fica “bem organizada, em ótima situação financeira e com projetos definidos para os próximos 10 anos”.
Amadeu Albergaria, que é o número 2 do executivo e já assume a vice-presidência da autarquia desde a tomada de posse em 2021, declara que a atual vereação “domina na íntegra todos os dossiês do município e vai continuar a cumprir com eficácia o programa votado pela maioria dos feirenses”.
Esse advogado de 47 anos defende, aliás, que “o projeto de desenvolvimento que tem sido executado em Santa Maria da Feira resulta do trabalho de uma equipa muito bem liderada por Emídio Sousa” e, nesse sentido, compreende a saída antecipada do ainda presidente.
“As inesperadas circunstâncias políticas do país levaram a que ele fosse convidado para assumir a liderança da lista de deputados por Aveiro e isso é o reconhecimento do seu mérito”, diz Amadeu Albergaria, realçando que, no parlamento, Emídio Sousa poderá “continuar a trabalhar pelos feirenses, nessa altura com responsabilidades e competências nacionais”.
Nas legislativas de 2022 o PSD elegeu sete deputados no distrito de Aveiro, o que representou mais um parlamentar do que nas eleições de 2019.
Na corrida deste ano, Emídio Sousa é o primeiro candidato da coligação PSD/CDS, sendo seguido, por ordem, por Silvério Regalado, Ângela Almeida, Salvador Malheiro, Almiro Moreira, Paula Cardoso, Paulo Cavaleiro, Miguel Santos e Carolina Marques.
O candidato número 10 será do CDS-PP, mas o seu nome ainda não foi revelado.
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