Interpelado pelos jornalistas sobre o debate de hoje à noite entre António Costa e Rui Rio, à margem de uma iniciativa sobre o trabalho por turnos, João Ferreira disse que “aquilo que de decisivo pode resultar das eleições de dia 30 não passa pelo debate, nem pelas forças que nele vão participar”.
Depois, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP criticou a criação de um discurso de “bipartidarização” com o destaque dado ao debate entre o primeiro-ministro socialista e o presidente do PSD, que considerou ser desproporcional.
João Ferreira considerou “inaceitável” e “lamentável” que haja “uma espécie de estatuto de privilégio” dado ao PS e ao PSD, “discriminando negativamente as demais forças políticas”.
O destaque dado ao debate, prosseguiu, também desvirtua o real propósito das eleições, por induzir os eleitores em erro, uma vez que as legislativas realizam-se para escolher os 230 deputados à Assembleia da República e não o primeiro-ministro.
Os resultados eleitorais de 2015, continuou, comprovam isso, aludindo às eleições em que a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) venceu, mas a maioria de esquerda permitiu ao PS formar Governo com apoio parlamentar de BE, PCP e PEV, dando origem à popularmente conhecida “geringonça”, que vigorou, em moldes que se foram alterando, até novembro de 2021, altura em que a rejeição do Orçamento do Estado para 2022 ditou o seu final.
Os dirigentes comunistas João Ferreira e João Oliveira estão a substituir o secretário-geral do PCP nas iniciativas no âmbito das eleições legislativas, enquanto Jerónimo de Sousa está a recuperar de uma operação de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido durante o dia de hoje.
O regresso de Jerónimo de Sousa está previsto o final da primeira semana de campanha eleitoral oficial.
Comentários