Numa visita a Londres no âmbito da repetição das eleições legislativas no círculo da Europa, o antigo secretário de estado das Comunidades Portuguesas disse que os emigrantes “podem confiar” no PS e no primeiro-ministro, António Costa, porque “há provas dadas”.

O dirigente referiu os “esforços empreendidos pelo Governo português no decurso do Brexit, quer para reforçar os meios humanos quer para modernizar a infraestrutura técnica e tecnológica dos consulados de Londres e Manchester”, os serviços de apoio para os portugueses obterem o seu estatuto de residente no Reino Unido nos postos e por telefone, através do centro de atendimento criado em Lisboa.

José Luís Carneiro considerou que houve uma aposta no ensino da língua portuguesa, seja pelo reforço do número de professores, seja pela ajuda na abertura da escola bilingue Anglo-Portuguesa em Londres.

Para o próximo mandato, Carneiro assumiu o compromisso de “modernização dos serviços consulares tendo em vista agilizar procedimentos administrativos garantindo maior proximidade na relação dos emigrantes com o Estado português e com a administração pública portuguesa”.

A melhoria no atendimento nos consulados, disse, passa não só pelo reforço dos meios humanos, mas pela “transição digital na Administração Consular e pela desmaterialização de um conjunto de processos”.

Questionado sobre se receia que os eleitores “castiguem” o PS, como defendeu o presidente do PSD, Rui Rio, pela repetição das eleições, o secretário-geral adjunto do PS atribuiu a responsabilidade “àqueles que pediram a anulação desses votos”, ou seja, os sociais-democratas.

“O PS esteve naquela que é a maior alteração no reconhecimento dos direitos políticos aos portugueses na emigração, o recenseamento automático. Com isso trouxemos para o universo democrático mais de um milhão e cem mil portugueses. Daí que em 2015 tenham votado 28 mil portugueses e desta vez votaram mais de 250 mil”, enfatizou.

Carneiro falava à margem de uma ação de campanha para a eleição dos dois deputados do círculo da Europa, cujo voto vai ser repetido este mês, acompanhado pelo cabeça de lista, Paulo Pisco, e o deputado eleito por Viseu, João Azevedo.

Nas eleições de 30 de janeiro, cujos resultados foram declarados nulos pelo Tribunal Constitucional, o PS conquistou 14.345 (39,63%) dos 36.191 votos válidos e o PSD 9.761 (27,05%), pelo que teriam sido eleitos Paulo Pisco, do PS, e Maria Ester Vargas, do PSD.

O Tribunal ordenou a repetição porque a maioria das mesas validou votos que não vinham acompanhados de cópia da identificação do eleitor, como exige a lei, e esses votos foram misturados com os votos válidos, anulando os resultados de dezenas de mesas, incluindo votos válidos e inválidos, por ser impossível distingui-los uma vez na urna.

A maioria dos votos no estrangeiro são realizados por via postal, mas aqueles que optaram pelo voto presencial poderão fazê-lo nas embaixadas e postos consulares nos dias 12 e 13 de marc¸o, entre as 08:00 e 19:00 horas locais.

Os votos por correspondência terão de ser enviados até dia 12 e recebidos em Portugal ate´ ao dia 23 de marc¸o para serem considerados.

Nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro, o PS venceu com maioria absoluta, com 41,5% dos votos e 118 dos 230 deputados, enquanto o PSD obteve cerca de 27,8% dos votos e 72 deputados, faltando apenas atribuir os dois mandatos do círculo da Europa.