“O voto no PS é um voto inútil, António Costa andou a vender-nos a gerigonça e o voto à esquerda no PS com a extrema esquerda, durante seis anos, a dizer que era o voto que iria finalmente modernizar Portugal”, declarou.
Numa sessão com militantes em Faro que durou cerca de duas horas, o discurso de Paulo Rangel esteve mais apontado ao primeiro-ministro do que ao seu opositor na corrida à liderança do PSD, o atual presidente do partido, Rui Rio, sempre com a ideia de que o PSD tem de ser a “verdadeira alternativa” a António Costa.
“Se nós formos capazes de passar esta mensagem, eu tenho a certeza que com o descontentamento, com o desalento, com a desconfiança que o governo socialista de António Costa significaram nestes seis anos, nós poderemos causar uma grande surpresa e não apenas vencer as eleições de 30 de janeiro de 2022, mas vencê-las com uma maioria que nos dê um governo para quatro anos”, sublinhou.
Para o eurodeputado, os seis anos de governo socialista sob a liderança de António Costa “foram seis anos perdidos” e quando o PSD esteve no governo “foi para endireitar contas que os socialistas desbarataram, fosse em 2002, fosse em 2011”.
Dando como um dos exemplos a Lituânia, a República Checa ou a Irlanda, Rangel lamentou que, atualmente, Portugal seja “quase o carro vassoura” da Europa, tendo sido ultrapassado em termos de crescimento por países que há 20 anos eram “três vezes mais pobres” do que Portugal, o que atribui às políticas e falta de visão do PS.
“Foram os socialistas com as suas políticas, que são políticas apenas para aguentar o poder. Faz um negócio agora com os comunistas, faz um negócio agora com o Bloco de Esquerda, depois faz um negócio com o PAN, depois faz um negócio aqui, faz um negócio ali, para ter mais um voto, menos um voto no parlamento, mas não há um rumo, uma visão, não há um projeto para o país”, considerou.
Para o candidato à liderança do PSD, em 2015, depois “das contas em ordem”, o PS “teve nas mãos a oportunidade de finalmente pôr o país a crescer, reduzir a dívida, dar um salto” na economia, melhorando a vida dos portugueses, no entanto, tal não aconteceu, o que levou a que o país ficasse “paralisado”.
“Nós tivemos uma espécie de operação de vacinação que teve muito sucesso. Aquilo que fez António Costa e o seu partido não foi dar-nos uma vacina durante nove meses, foi dar-nos uma anestesia durante seis anos e portanto o país ficou paralisado e anestesiado”, concluiu, perante uma sala cheia de militantes.
As eleições internas para a liderança do PSD estão marcadas para 27 de novembro.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.
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