A portuguesa Carola Pimenta, de 28 anos, e o espanhol Andrés Sanz, de 30 anos, foram detidos no domingo e obrigados a “confinamento forçado” no Centro Médico Universitário de Groningen, no norte dos Países Baixos.
Trata-se do único hospital onde se pode cumprir o confinamento sob vigilância, que tinha sido decretado por uma autoridade municipal.
Agora, os dois podem “tomar imediatamente um táxi” para Amesterdão “para viajarem” com destino a Barcelona, onde residem, disse o advogado Bart Maes.
“Estamos livres. Acabo de ver a cara do médico pela primeira vez. De repente, toda a gente entra no nosso quarto sem proteção e sem máscara: Mudança agora! O táxi vem agora para nos levar ao Consulado”, disse a portuguesa, citada pela agência EFE.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral explicou que “o pedido para a continuação do confinamento da mulher não foi considerado, após um primeiro teste positivo em 26 de novembro. Fez um teste PCR, em 29 de novembro, que resultou negativo. Agora já não estão preenchidas as condições estabelecidas na lei de saúde pública para o seu confinamento obrigatório”.
Relativamente ao cidadão espanhol, a Procuradoria-Geral alegou que o confinamento estava vinculado ao primeiro teste positivo da sua parceira e ao contacto de proximidade entre os dois.
“Os dois (testes) PCR que fez resultaram negativo, pelo que também não se cumprem as condições” legais para manter o seu confinamento.
O casal foi detido na tarde de domingo passado sob a acusação de presumível abandono, sem autorização, do hotel onde estavam a cumprir uma quarentena de após o teste positivo da portuguesa.
O teste aos dois foi realizado na sequência da sua chegada ao aeroporto de Amesterdão, num voo proveniente da África do Sul.
Desde sexta-feira que vigora uma proibição de voos de vários países da África Austral por receio de contágio da nova variante do coronavírus Ómicron.
A polícia neerlandesa retirou-os do interior de um avião que seguiria para Espanha, depois de ter recebido uma denúncia acerca de um casal que tinha deixado o hotel com a intenção de deixar o país sem autorização dos serviços regionais de saúde (GGD), que lhes tinha imposto a quarentena.
No referido hotel estavam 61 passageiros de dois voos procedentes da África do Sul.
Catorze dos passageiros tinham testado positivo à variante Ómicron, segundo informações dos GGD.
Em declarações à EFE, os dois garantiram que não “violaram” a quarentena, nem tentaram “fugir” num voo para Espanha e desmentem ter escapado do hotel porque, acrescentaram, tinham recebido autorização verbal de um representante dos GGD e de um polícia para saírem depois de se terem submetido a dois testes antigénio que deram negativo.
”Disseram-nos: ‘se estivéssemos na vossa situação, íamos embora’. Perguntámos se estavam a falar a sério e disseram que sim, para irmos embora. Perguntamos se iríamos ter algum problema e responderam que não. Por isso, à frente deles, pedimos um táxi para o aeroporto, mostrámos os nossos bilhetes e recolhemos as nossas coisas e saímos”, relatou Carola Pimenta à EFE.
A portuguesa queixa-se de que foram “abandonados” desde o momento em que chegaram ao hotel e que ninguém lhes deu “sequer um termómetro” para monitorizar a sua temperatura, nem lhes perguntou como estavam ou se precisavam de informações de qualquer tipo, de acordo com a sua versão.
(Artigo atualizado às 20:47)
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