O maior partido pró-democracia da cidade, o Partido Democrático, não vai participar nas eleições distritais de dezembro pela primeira vez desde a sua criação em 1994.

O presidente do partido, Lo Kin-hei, disse que ele e outros membros não conseguiram assegurar um número suficiente de nomeações ao abrigo das novas regras introduzidas pelas autoridades para garantir que “os patriotas administrem Hong Kong”. Outros grupos mais pequenos do mesmo campo político tiveram o mesmo problema.

O chefe do Executivo, John Lee, afirmou na conferência de imprensa semanal que os candidatos têm de respeitar as decisões das pessoas a quem solicitaram a nomeação.

Os conselhos distritais eram os últimos grandes órgãos de representação política escolhidos pela população. Com a reforma eleitoral, a maioria dos lugares eleitos diretamente a nível municipal foi eliminada.

A falta de participação de candidatos pró-democracia reflete o espaço cada vez mais reduzido para este movimento, devido à repressão do governo contra os dissidentes, após os protestos antigovernamentais em 2019.

Para entrar na corrida, os candidatos têm de obter o apoio de pelo menos nove membros dos comités locais, que estão repletos de figuras pró-governamentais.

Alguns políticos pró-governamentais, incluindo o legislador Michael Tien, já tinham afirmado que seria um desafio para estes grupos garantirem as nomeações.

As eleições para os conselhos distritais normalmente atraem pouca atenção internacional, uma vez que os conselheiros tratam principalmente de assuntos municipais, como a organização de projetos de construção e a garantia de que as instalações públicas estão em ordem.

Mas os conselhos ganharam importância depois de o campo pró-democracia da cidade ter obtido uma vitória esmagadora nas últimas eleições, no auge dos protestos de 2019.