Kim Jong-un visitou na quarta-feira uma “importante base de treino operacional” no oeste do país, disse a agência de notícias oficial norte-coreana, acompanhado pelo vice-presidente da Comissão Militar Central e membro do Presidium (a liderança do partido único), Pak Jong-chon, pelo ministro da Defesa, Kang Sun-nam, e pelo chefe do Estado-Maior, Ri Yong-gil.

Durante a visita, o líder “definiu as medidas prioritárias para intensificar os exercícios práticos a fim de alcançar a vitória numa guerra real”, indicou a KCNA.

Kim pediu também “a intensificação dos preparativos para a guerra com base nos requisitos da situação atual”, para “conter a ameaça constante do inimigo” e “controlar com êxito mesmo a mais pequena tentativa de iniciar uma guerra”.

A visita coincide com o início, na segunda-feira, das grandes manobras de primavera “Escudo da Liberdade” da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, que se vão prolongar até 14 de março e que Pyongyang criticou esta semana, argumentando que a escala desproporcionada se destina a intimidar o país asiático.

A Coreia do Norte critica habitualmente os exercícios como um ensaio para uma invasão, enquanto o Sul e os EUA argumentam que têm um caráter defensivo.

Apesar de o regime de Kim Jong-un não ter efetuado qualquer teste de armamento nas últimas semanas, o “Escudo da Liberdade” surge numa altura marcada pela crescente hostilidade do Norte, que recentemente declarou o Sul como principal inimigo e retirou da Constituição o objetivo da reunificação.

A isto junta-se a aproximação da Coreia do Norte a Moscovo, para onde transferiu milhares de contentores com equipamento militar, como munições de artilharia e mísseis balísticos que o exército russo utilizou contra a Ucrânia, de acordo com vários observadores.