No final da reunião da bancada do PSD, Hugo Soares foi questionado sobre um alerta do Conselho das Finanças Públicas (CFP) de que a medida do IRS Jovem proposta pelo Governo teria um impacto de 0,3 pontos percentuais no PIB, de 2025 a 2028, "implicando o regresso a uma situação de défice em 2026".
“Sobre esse relatório, as previsões que lá constam não são as do Governo, mas anoto que o Conselho de Finanças Públicas aponta a excedentes orçamentais no ano de 24 e no ano de 25 e também no ano 27 e no ano de 28. Creio que as previsões do Governo é que também no ano de 26, ao contrário do que diz o Conselho de Finanças Públicas, possa haver excedentes orçamentais”, afirmou.
Hugo Soares recordou que a descida da fiscalidade para os jovens até aos 35 anos, bem como para as empresas, foi um dos principais compromissos da AD (coligação entre PSD e CDS-PP) na sua campanha eleitoral e que resultou na vitória nas legislativas de 10 de março.
“Nós fizemos uma campanha eleitoral a dizer aos jovens de Portugal que nós queremos que eles cá fiquem e que uma das medidas que tínhamos para os ajudar ( …) era precisamente baixar os impostos que tributam o rendimento dos trabalhadores mais jovens. E, por isso, eu devo dizer que reafirmo em completo essas bandeiras eleitorais que tiveram como resultado a vitória da Aliança Democrática em Portugal”, disse.
No entanto, o líder parlamentar reiterou que, tal como tem sido dito pelo Governo, existe abertura e disponibilidade para a negociação desta medida com os partidos da oposição, com vista à aprovação do Orçamento de Estado para 2025.
“Cumprindo estes objetivos a que nos propomos, mas a negociar a forma como lá chegamos”, acrescentou.
Questionado sobre uma notícia do Correio da Manhã, que escreve hoje em manchete que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocará eleições antecipadas caso o Orçamento do Estado para 2025 seja chumbado, Hugo Soares apenas reiterou qual o seu compromisso “enquanto ator político”.
“Aquilo que eu devo dizer ao país, em nome do grupo parlamentar do PSD, é que nós estamos absolutamente empenhados em que o país tenha um Orçamento de Estado que resolva o problema da vida das pessoas no ano de 2025, que haja estabilidade política e por isso o meu compromisso é em fazer aprovar o Orçamento de Estado, com total disponibilidade e abertura, para negociar com os partidos da oposição”, disse.
Dizendo desconhecer qual a posição do chefe do Estado num cenário de “chumbo”, Hugo Soares acrescentou: “Preocupa-me pouco o que é que vai acontecer ao PSD ou ao grupo parlamentar do PSD, a minha maior preocupação é o país e a vida das pessoas. E a vida das pessoas, para ser resolvida, precisa de um Orçamento do Estado que resolva os seus problemas no dia-a-dia, e é esse o nosso compromisso”.
A proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025 tem de dar entrada na Assembleia da República até 10 de outubro e tem ainda aprovação incerta, já que PSD e CDS-PP (partidos que suportam o executivo liderado por Luís Montenegro) somam 80 deputados, insuficientes para garantir a viabilização do documento.
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