“Foi uma reunião sem história, não há qualquer acordo, nem entendimento, não chegámos a entender qual o caminho que o ministro quer seguir”, disse à agência Lusa o presidente da LBP, Jaime Marta Soares, no final do encontro com o Eduardo Cabrita.
A reunião aconteceu um dia antes da LBP realizar na Praça do Comércio uma concentração nacional de protesto às propostas da reforma da Proteção Civil, nomeadamente a lei orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que se encontram em discussão pública e foram aprovadas na generalidade pelo Governo a 25 de outubro.
Jaime Marta Soares avançou que os bombeiros entregaram “mais uma vez” as propostas da LBP sobre a reforma da Proteção Civil e Eduardo Cabrita ficou de “as estudar e dar uma resposta”.
“Mas por aquilo que nós ouvimos hoje não nos augura coisa boa. Não vemos da parte do ministro um entendimento político das nossas propostas, que são altamente renovadores e rentáveis e com mais eficácia e menos custos”, sustentou.
Entre as propostas da LBP está a criação de um comando autónomo dos bombeiros e uma direção nacional de bombeiros autónoma, independente e com um orçamento próprio.
“Queremos ter a nossa autonomia. A Proteção Civil é um órgão de coordenação não de comando”, afirmou, sublinhando que, com estas alterações, o Governo pretende colocar os bombeiros voluntários “num papel secundário”.
A proposta do Governo da Lei Orgânica da ANPC prevê a criação cinco comandos regionais e 23 sub-regionais de emergência e proteção civil em vez dos atuais 18 comandos distritais de operações e socorro.
Segundo Jaime Marta Soares, o ministro indicou, durante a reunião, que “a lei ainda não está fechada”.
Nesse sentido, o mesmo responsável defendeu “uma negociação séria” com as propostas da Liga dos Bombeiros, mas sublinhou que não viu “qualquer abertura”.
“É uma demonstração de desrespeito das nossas propostas”, sustentou.
Jaime Marta Soares avançou que, no sábado, os bombeiros vão realizar “uma grande concentração” em Lisboa para manifestar “o desagrado pela forma como têm sido tratados pelo Governo”.
De acordo com a LBP, são esperados milhares de bombeiros naquela que será o primeiro protesto realizados pelos voluntários.
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