Segundo Jaime Marta Soares, o desfile terá apenas bombeiros do distrito de Leiria e que não estão integrados no dispositivo de combate aos incêndios.
O JN noticiou hoje que várias corporações e federações dos bombeiros ponderavam boicotar o evento, que se realiza em dia de eleições europeias e elevado risco de fogos devido ao calor, “para não desguarnecer as suas localidades”, enquanto a Associação Portuguesa dos Bombeiros Voluntários (APBV) apelou “ao bom senso da Liga".
"Seria muito mau, em pleno desfile, terem de regressar a correr para as suas zonas de origem", disse o líder da APBV, Rui Silva, ao JN.
Jaime Marta Soares rejeitou as acusações, reprovando a APBV, e sublinhou que “não há nenhuma movimentação de bombeiros do país”, já que os únicos que vão participar no desfile são de Leiria.
“Só estarão bombeiros do distrito de Leiria e serão bombeiros que não estarão no dispositivo. Cada corpo de bombeiros tem o seu dispositivo montado, dentro daquilo que são as diretrizes assumidas na diretiva operacional e os compromissos de cada um. (…) Nenhum dos bombeiros que vai participar no desfile está integrado no dispositivo operacional”, destacou o dirigente da LPB, insistindo que a Liga não convidou corporações fora de Leiria.
Afirmou ainda que o Dia Nacional do Bombeiro, que se realiza a 26 de maio desde há 15 anos já estava marcado antes do agendamento das eleições europeias.
“Eu sou o primeiro a lamentar que seja neste dia coincidente com a data das eleições [europeias], mas esta data já estava marcada, é todos os anos neste dia” e não foi possível alterá-la, porque a Federação dos Bombeiros do Distrito de Leira “já tinha os seus compromissos” e “não havia condições para adiar”, disse à Lusa Marta Soares.
Admitiu, no entanto, vir a realizar o evento numa nova data face ao “aquecimento do planeta”: “temos de reanalisar, porque há situações de temperatura que não existiam no passado” o que, segundo o líder da LPB, deve levar a “refletir e ver no futuro” qual será o melhor dia para as comemorações do Dia Nacional do Bombeiro.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou na sexta-feira para o perigo de incêndio florestal, prevendo-se para o fim de semana uma subida da temperatura máxima do ar.
Segundo o ANEPC e de acordo com informação disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, hoje iria registar-se uma subida da temperatura máxima, com humidade relativa do ar na região sul (inferior a 30%) e vento fraco a moderado (até 30 quilómetros por hora) do quadrante norte, soprando moderado a forte (30 a 40 quilómetros por hora), com rajadas até 60 quilómetros por hora, no litoral e nas terras altas.
Já para domingo está também prevista a subida de temperatura, a continuação de valores baixos da humidade relativa do ar e vento fraco a moderado (até 30 quilómetros por hora) do quadrante norte, soprando moderado a forte (30 a 40 quilómetros por hora) no litoral oeste, por vezes com rajadas até 60 quilómetros por hora, até ao início da manhã e durante a tarde.
“Este cenário meteorológico irá traduzir-se num aumento do índice de risco de incêndio a partir de sábado. Considerando a previsão meteorológica, esperam-se condições favoráveis à eventual ocorrência e propagação de incêndios rurais em especial na região sul e na região do vale do Tejo”, referiu a ANEPC.
De acordo com a ANEPC, para os locais onde o índice de risco temporal de incêndio seja igual ou superior ao nível muito elevado, o uso de fogareiros e grelhadores é proibido em todo o espaço rural, salvo se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito.
“É também proibido o lançamento de balões com mecha acesa e de foguetes, o uso de fogo-de-artifício só é permitido com autorização da câmara municipal, é proibido fumigar ou desinfestar em apiários exceto se os fumigadores tiverem dispositivo de retenção de faúlhas”, frisa.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil lembra ainda que, devido à declaração da situação de alerta é “proibido em todo o território continental a realização de queimadas extensivas e de queimas de sobrantes de exploração”.
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