“A prisão do Bannon é importante para a democracia. Noutro dia vi um levantamento de que Donald Trump [Presidente norte-americano] mente 11 vezes por dia. O Bannon é um fomentador de guerras. Merece ser tirado da política porque ele representa o mal”, escreveu na rede social Twitter o antigo o chefe de Estado, que já esteve preso por corrupção.
Numa entrevista concedida ao canal ‘online’ TV Democracia, na manhã de quinta-feira, Lula da Silva aproveitou ainda para advogar que a prisão deveria ser o mesmo destino de Olavo de Carvalho, um autoproclamado filósofo e ideólogo da família do atual Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e com ligações a Bannon.
“Outro que espero que tenha esse destino [é] um tal de um guru do Bolsonaro, que é instigante desse ódio no país, um tal de Olavo de Carvalho, que eu nem conheço”, acrescentou Lula da Silva, que cumpriu dois mandatos como chefe de Estado do Brasil (2003-2011).
Lula da Silva (esquerda) foi condenado em dois processos por corrupção e está a ser alvo de pelo menos outras sete investigações. Esteve preso durante 580 dias, tendo sido colocado em liberdade em novembro passado.
O antigo conselheiro da Casa Branca Steve Bannon foi detido na quinta-feira sob a acusação de, em colaboração com três outras pessoas, desviar dinheiro de doadores num esquema de arrecadação de fundos para a campanha “Nós construímos o muro”.
Segundo a acusação, citada pela agência noticiosa Associated Press (AP), o montante desviado da campanha está avaliado em “centenas de milhares de dólares”.
Os procuradores federais alegam que Bannon e três outras pessoas “orquestraram um esquema para defraudar centenas de milhares de doadores” em ligação com a campanha de ‘crowdfunding’ que juntou mais de 25 milhões de dólares (20,99 milhões de euros) para construir um muro ao longo da fronteira sul dos Estados Unidos com o México.
O antigo conselheiro de Trump é suspeito de ter desviado um milhão de dólares para proveito pessoal.
Bannon, com ligações à extrema-direita, tem vínculos com a família Bolsonaro e é tido como um guru do ‘bolsonarismo’.
Steve Bannon é líder do grupo The Movement, que reúne conservadores de todo o mundo. Em janeiro de 2019, logo após Jair Bolsonaro (extrema-direita) tomar posse, o seu filho Eduardo Bolsonaro anunciou nas redes sociais que Bannon o escolheu para liderar o movimento no país.
“Satisfação em ser o líder do The Movement para América Latina ao lado de Steve Bannon”, escreveu na ocasião o deputado Eduardo Bolsnaro, na legenda de uma fotografia em que aparece abraçado ao norte-americano.
Nos meses seguintes, a família Bolsonaro partilhou vários registos de outros encontros com o ex-conselheiro de Trump, de quem o Presidente do Brasil é um confesso admirador.
Em março ao ano passado, Bannon encontrou-se com Jair Bolsonaro num evento na embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos, que foi definido pela Presidência brasileira como um “jantar com formadores de opinião”.
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