O Governo espanhol ordenou hoje a destituição do presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, o vice-presidente, Oriol Junqueras, e todos os 'consellers' (ministros regionais) da Generalitat, medidas ao abrigo da aplicação do artigo 155 da Constituição.
Rajoy reiterou que esta sexta-feira "é um dia de tranquilidade e de esperança para todos os espanhóis porque o Estado de Direito tem os instrumentos para defender a legalidade".
"[Carles] Puigdemont teve a oportunidade de convocar eleições. Agora, o Governo convoca eleições na Catalunha para devolver a voz aos catalães", disse.
O líder do Governo espanhol assegurou ainda que foi decidido convocar o mais rapidamente possível "eleições livres, limpas e legais para restaurar a democracia". Assegurou também que nunca foi intenção do seu executivo "chegar a esta situação".
O parlamento regional da Catalunha aprovou esta sexta-feira, em Barcelona, a independência da região e a separação de Espanha numa votação sem a presença dos principais partidos que se opõem à proposta, que abandonaram a sala minutos antes. Poucos minutos depois, o Senado espanhol aprovava a aplicação do artigo 155 da Constituição que permite suspender a autonomia da Catalunha.
O primeiro-ministro espanhol marcou eleições autonómicas na Catalunha para 21 de dezembro, por ter dissolvido o parlamento regional, na sequência da declaração unilateral de independência.
O Governo de Puigdemont organizou no dia 1 de outubro um referendo ilegal de autodeterminação: os independentistas afirmam que venceram com 90% dos votos, mas com uma taxa de participação de apenas 43%. Nove dias depois, Carles Puigdemont disse no parlamento regional que assumia o “mandato do povo” para que a Catalunha seja um “Estado independente”, mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.
Sem diálogo, Madrid avançou com o pedido ao Senado para intervir diretamente na Catalunha por "desobediência rebelde, sistemática e consciente" do Governo regional (Generalitat). Hoje, anunciou que "não se trata de suspender o autogoverno", mas sim de "devolver a lei aos catalães".
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