
O responsável falava à margem das comemorações dos 149 anos da PSP no distrito de Bragança, que decorreram nas instalações da Polícia na cidade brigantina.
“Temos neste momento cerca de 20 mil polícias, mais o pessoal técnico de apoio à atividade operacional. Para mim, falando a nível pessoal, o ideal seriam os 25 mil. Penso que se atingirmos os 23.500 será um bom número. Mas isto só se consegue numa perspetiva de médio/longo prazo”, frisou Luís Carrilho no final da cerimónia, sublinhando também que Portugal é “um país seguro”.
O superintendente especificou esse período entre “cinco, 10 a 15 anos”.
“Porque no nosso balanço social a idade dos nossos polícias tem vindo a aumentar. Como é que contrariamos esta tendência? Duplicando o número de entradas vis-à-vis o número de saídas. É muito fácil de dizer, muito difícil de executar”, reconheceu Luís Carrilho.
A PSP realizou, entre 21 de janeiro e 11 de fevereiro, um concurso para constituição de reserva de recrutamento para a admissão ao curso de formação de agentes destinado ao ingresso na carreira de agente.
Numa resposta enviada nessa data à agência Lusa, a direção nacional da PSP revelou que concorrem ao curso de agente 3.392 candidatos, mais 567 do que no ano passado, quando concorreram 2.825, mais 349 que em 2023 (3.043), mas menos 351 do que em 2022 (3.743) e menos 2.182 do que em 2021 (5.574).
O dirigente nacional adiantou esta terça-feira que ainda decorre a fase de seleção, de onde se espera que sejam escolhidos 800 candidatos para ingressar no curso que está previsto arrancar entre julho e agosto deste ano.
“Assim que a incorporação tiver sido feita, iremos abrir mais uma campanha para reserva de recrutamento, para entrarem outros tantos, ou aquele número que o Governo venha a aprovar”, detalhou Luís Carrilho.
Atualmente, estes cursos para ingressar na carreira de polícia têm a duração de nove meses.
“No nosso planeamento, o que queremos fazer é reduzir o tempo de formação, sem comprometer a qualidade da mesma. (…) Para que num intervalo de tempo de um ano consigamos duplicar [o número de polícias formados]. Mais uma vez, fácil de dizer, difícil de fazer. Porque também as instalações têm as suas limitações”, considerou Luís Carrilho.
Tudo isto só será possível, reforçou o chefe da PSP, se continuar a haver inscrições de interessados, considerando ”muito bom” o nível de interessados neste último concurso.
Atualmente, para entrar na PSP a idade máxima é de 30 anos. A proposta em discussão é aumentar para os 35 ou 39 anos, se for militar.
“Temos de ser criativos. Porque, hoje em dia, com a expectativa de vida a aumentar e com as capacidades e a flexibilidade laboral na faixa etária entre os 20 e os 30 anos é muito importante que a Polícia se adapte aos tempos modernos e se abra também a pessoas que descubram a sua vocação ou que numa idade mais tardia queiram concorrer à PSP”.
O diretor deu mesmo como exemplo Espanha, Estados Unidos ou Austrália, onde não há limite de idades para ser polícia.
Luís Carrilho enumerou que entre a atividade da PSP está o policiamento de proximidade, atuação no sistema de segurança e de justiça ou o controlo de estrangeiros e fronteiras aeroportuárias internacionais, estes últimos que absorvem “recursos humanos muito vastos”.
“É uma carreira extremamente aliciante (…), tanto do ponto de vista nacional como internacional”, rematou o diretor nacional.
O salário-base em início de carreira, com variantes, onde se incluem, por exemplo, o Imposto sobre Rendimento para Pessoas Singulares (IRS) Jovem, é de cerca de mil euros.
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