“Muita gente vê chuva e está traumatizada. Notámos o susto das pessoas. Sabemos que quando chove acaba por aumentar mais a água”, disse à AFP Enio Posti, bombeiro de Porto Alegre, capital do estado, grande parte ainda inundada.
As inundações causadas pelos volumes históricos de água que caíram desde o final de abril nesse estado afetaram quase dois milhões de pessoas, com um balanço até agora de 136 mortos e 806 feridos, informou a Defesa Civil.
Cerca de 125 pessoas estão desaparecidas e mais de 537 mil tiveram que deixar as suas casas devido à catástrofe, que especialistas da ONU e do governo brasileiro atribuem às mudanças climáticas e ao fenómeno El Niño.
De acordo com a Confederação Nacional de Municípios, a violência das águas danificou ou destruiu mais de 92 mil residências. As autoridades estão em alerta desde que as chuvas voltaram com força em Porto Alegre e outras áreas já afetadas, e intensificam as mensagens à população para não retornar aos locais em risco.
"Eu estava todo molhado, eles receberam-me bem, deram-me roupas. Agora estou bem", contou à AFP Everton Machado, um morador de 36 anos, após ser resgatado de bote enquanto procurava seus pais.
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