Manifestando-se satisfeito com estes valores, Alexandre Rodrigues recordou que, em três anos, o número de ninhos de tartarugas em Cabo Verde passou de 15 mil (2015) para 109.202 (2018).
No ano anterior (2017), tinham sido registados 40 mil ninhos e, em 2016, 25 mil ninhos.
Para este responsável, este sucesso deve-se à “boa condição das praias onde as tartarugas fazem a desova, porque nelas conseguem encontrar alimento”, mas também às “medidas políticas que tomadas”.
Entre essas medidas consta o financiamento das organizações não-governamentais para vigiarem as praias, contabilizando-se atualmente 182 quilómetros de praia vigiada em todo o território cabo-verdiano.
A criminalização do consumo de carne e ovos de tartaruga, que reforçou as medidas previstas no regime jurídico especial de proteção das tartarugas marinhas, também ajudou na proteção destes animais.
Segundo Alexandre Rodrigues, em 2015 a percentagem de captura de tartarugas era de 8,25% das fêmeas que chegavam à praia.
Esse número baixou para 6,81% em 2016, 6,64% em 2017 e 1,22% em 2018.
Em relação aos infratores, foram registadas pelas autoridades 22 ocorrências, sendo que a maioria ocorreu nas ilhas do Sal e Maio.
“Apenas quando os infratores são apanhados em flagrante é que a lei consegue atingir os seus objetivos”, referiu o diretor nacional do Ambiente, para quem a captura e a iluminação nas ilhas mais turísticas são a maior ameaça às tartarugas, espécie protegida.
Em relação à iluminação, a lei atualmente em vigor já prevê valores máximos para impedir que as tartarugas vão na sua direção.
Isto porque as crias de tartaruga vão na direção da luz logo após a eclosão, tendo em conta que o horizonte do mar é mais brilhante devido ao reflexo das estrelas e da lua no mar.
Como a luz das cidades é mais brilhante do que na natureza, as tartarugas ficam muitas vezes desorientadas e vão no sentido das cidades e não do mar, sujeitando-se a todos os perigos nesse trajeto.
“Mediante a nova lei, é preciso reduzir a intensidade luminosa das lâmpadas para o exterior e vamos promover uma campanha para substituir estas lâmpadas”, disse Alexandre Rodrigues.
Quando isso não for possível, acrescentou, far-se-á a transladação de ninhos.
De acordo com as estatísticas mundiais, que referem que só uma ou duas tartarugas em cada mil sobrevive e chega à idade adulta, pelo menos uma centena de animais nascidos dos ninhos agora contabilizados irá sobreviver.
Por esta razão, avançou o diretor nacional do Ambiente, o trabalho em terra deve ser no sentido de “fazer chegar ao mar o maior número possível de tartarugas”.
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