O Ministério do Interior bielorrusso informou hoje que um total de 713 pessoas foram detidas durante os protestos ocorridos no domingo em todo o país, precisando que 570 pessoas permanecem sob custódia policial à espera de serem presentes a um juiz.
Desde as contestadas eleições presidenciais de 09 de agosto, que atribuíram a Lukashenko, no poder há 26 anos, um sexto mandato e que a oposição bielorrussa considera como fraudulentas, centenas de milhares de bielorrussos têm saído às ruas (normalmente ao domingo) em protesto, manifestações essas que têm sido marcadas por uma forte e violenta repressão pelas forças de segurança da Bielorrússia.
O domingo passado não foi exceção e várias cidades bielorrussas foram palco de protestos anti-Lukashenko, com a capital do país, Minsk, a acolher a maior manifestação.
O grupo de defesa dos direitos humanos bielorrusso Viasna estima que cerca de 100 mil pessoas participaram na manifestação dominical em Minsk.
Segundo os relatos, citados pelas agências internacionais, as forças policiais tentaram rapidamente dispersar os manifestantes em Minsk com jatos de água, granadas atordoantes e bastões, de forma a impedir que grupos de pessoas, que estavam em diferentes locais da cidade, se juntassem numa grande manifestação.
Várias dezenas de pessoas sofreram ferimentos, segundo denunciaram ativistas locais de direitos humanos, considerando que a repressão exercida pelas forças policiais no domingo foi uma das mais duras em várias semanas de protestos.
Mais de 40 jornalistas foram detidos durante o fim de semana, 25 dos quais em Minsk, informou, por seu lado, a Associação de Jornalistas bielorrussa, citada pela agência norte-americana Associated Press (AP).
Quinze jornalistas bielorrussos enfrentam agora 15 dias de prisão administrativa por desobediência às forças policiais e muitos profissionais tiveram o equipamento de trabalho apreendido pelas autoridades, de acordo com a associação.
“As autoridades estão a tentar impedir a cobertura dos protestos, espancando e detendo jornalistas, retirando as acreditações e criando condições de trabalho catastróficas”, denunciou o presidente da Associação de Jornalistas bielorrussa, Andrei Bastunets, em declarações à AP.
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