Migração

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, a Polónia acolheu centenas de milhares de refugiados do vizinho devastado pela guerra.

Cerca de um milhão de refugiados ucranianos residem agora ali, a maioria mulheres e crianças, segundo dados oficiais. Mais de 1,5 milhões de ucranianos têm autorizações de residência polacas válidas.

Varsóvia tem sido também uma das mais fiéis aliadas de Kiev, oferecendo-lhe apoio político e militar.

Mas a reacção anti-imigrante tornou-se uma questão polémica.

A coligação governamental pró-UE, formada pelo primeiro-ministro Donald Tusk, e a oposição de extrema-direita apoiam a redução dos benefícios sociais para os estrangeiros — incluindo os ucranianos.

A Polónia também enfrentou críticas de grupos de defesa dos direitos humanos após suspender o direito de pedido de asilo aos migrantes que atravessavam a fronteira da Bielorrússia.

As autoridades polacas acusaram a Rússia e a sua aliada Bielorrússia de empurrar milhares de migrantes para além das suas fronteiras nos últimos anos.

Culparam Minsk e Moscovo pelos "ataques híbridos" que, segundo os próprios, são orquestrados para desestabilizar a UE.

Gastos militares

A Polónia ultrapassa largamente a meta de despesas de defesa da NATO de 2% do PIB, com 4,7% da sua produção económica destinada a este ano a despesas militares.

No próximo ano, o objetivo é aumentá-lo para cerca de cinco por cento do PIB — para o nível que o presidente norte-americano, Donald Trump, está a pressionar os aliados a aceitar.

Temendo ameaças da Rússia, a Polónia modernizou rapidamente as suas forças armadas através de uma série de contratos de armamento, principalmente com os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

A Polónia assinou também um novo tratado com França em maio, comprometendo ambas as partes a assistência mútua em caso de ataque de um agressor.

Em março, Varsóvia anunciou planos para um esquema de treino militar em grande escala, concebido para garantir que todos os homens adultos do país são treinados em caso de guerra.

O programa — aberto a homens e mulheres — será voluntário. O Governo espera oferecer formação a 100.000 civis por ano a partir de 2027.

Alterações climáticas

A Polónia continua altamente dependente do carvão, que é responsável por cerca de 63% da sua produção energética.

A enorme central eléctrica a carvão castanho de Belchatow é a "maior emissora de gases com efeito de estufa" da UE, de acordo com a organização ambiental sem fins lucrativos Ember.

O anterior Governo deu um passo no sentido da transição do carvão em Setembro de 2023, quando assinou um acordo para a primeira central nuclear do país.

O primeiro reator deverá entrar em funcionamento em 2033.

A Polónia planeia ter três centrais nucleares, cada uma com três reactores, que vai gerar cerca de 30% da sua produção energética.

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Igreja Católica

Considerada há muito um bastião católico da Europa, a Polónia está a revelar-se cada vez menos católica, com uma queda de mais de 16 pontos percentuais nas pessoas que se declaram católicas no espaço de uma década.

De acordo com o último censo nacional de 2021, 71,3% dos polacos declararam-se católicos, em comparação com 87,6% em 2011.

A outrora poderosa Igreja Católica da Polónia enfrenta agora uma crise de popularidade após uma série de casos de abusos sexuais entre padres e acusações de tratamento preferencial por parte do partido nacionalista que estava no poder.

Proibição quase total do aborto

A Polónia tem uma das leis de aborto mais rigorosas da Europa.

As mulheres só podem abortar se a gravidez resultar de agressão sexual ou incesto, ou representar uma ameaça direta à vida ou à saúde da mãe.

Auxiliar o aborto é punível com até três anos de prisão.

Segundo números oficiais, em 2024, foram realizados 896 abortos no país de 38 milhões de habitantes.

Mas uma rede de grupos de defesa dos direitos ao aborto, o Aborto Sem Fronteiras, disse que ajudou 47 mil pessoas a aceder a cuidados de aborto no ano passado.