"Em defesa da democracia no Brasil e pela responsabilização de todos os criminosos e terroristas - Sem Amnistia", é o tema da manifestação organizada pelo Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira em Lisboa, um dos movimentos ativistas de brasileiros mais representativo em Portugal.
Os manifestantes gritavam "sem amnistia", recusando perdão da justiça aos apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram e vandalizaram as sedes do Palácio da Alvorada, Congresso e Supremo Tribunal Federal, sedes dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) brasileiro.
Samara Azevedo, representante do Coletivo Andorinha, apelou a mais manifestações: "No exterior a nossa voz é muito amplificada e consegue fazer com que o assunto chegue ao Brasil", justificou.
Em declarações à Lusa no local, aquela responsável do Coletivo Andoinha disse que um dos receios é que "toda essa ideia de extrema-direita, de fascimo, e afronta, agressão e violência (...) não acabou com a saída de Bolsonaro".
Por isso, defendeu, será necessário "todo um trabalho político, cultural e educacional para a gente trazer a democracia para o Brasil com mais paz e tranquilidade".
Da parte da Justiça, considerou, "está a haver uma ação muito mais contundente do que em outros momentos".
"Já foi pedida a prisão do secretário de Segurança Pública de Brasília (...). Neste momento a Advocacia-Geral da União vai divulgar o nome de 100 empresas que estiveram envolvidas no financiamento [da invasão] e vai pedir a investigação dessas empresas", exemplificou Samara, para quem "o foco primeiro" da Justiça brasileira será precisamente as empresas.
Segundo estimativas de elementos da Polícia de Segurança Pública com quem a Lusa falou no local, o número de manifestantes era de cerca de 150. O que, para Samara Azevedo, "foi uma adesão razoável", porque a manofestação foi convocada "em um dia e meio".
Na iniciativa foi lançado o Manifesto em Apoio da Democracia Brasileira.
Pelo menos 47 organizações portuguesas e mais de 400 pessoas tinham assinado, até à hora marcada para a manifestação (18:00 em Lisboa), aquele documento de apoio ao Governo de Lula da Silva, eleito em outubro passado, e que pede “a responsabilização de todos os criminosos golpistas e terroristas no Brasil”.
“É de conhecimento público que os grupos ‘bolsonaristas’ organizados tiveram apoio e financiamento com o objetivo de instaurar um golpe contra o governo democraticamente eleito no Brasil, bem como se beneficiaram da negligência de agentes do Estado e de forças de segurança pública”, lê-se no manifesto, que foi assinado por organizações, partidos políticos e ativistas em Portugal.
“Tais crimes precisam ser enfrentados nas esferas políticas e judiciais! Reforçamos nosso apoio à Democracia brasileira, ao governo democraticamente eleito e à responsabilização de todos os criminosos golpistas e terroristas”, defende o texto.
“Nós, organizações, coletivos, instituições e cidadãos e cidadãs em Portugal estamos juntos ao povo brasileiro na defesa da Democracia no Brasil e repudiamos os ataques criminosos, antidemocráticos e terroristas contra a sede dos Três Poderes em Brasília ocorridos no último domingo, dia 8 de janeiro de 2023”, refere o documento.
Entre as entidades que subscreveram este manifesto estão o Bloco de Esquerda, o Partido Ecologista Os Verdes, o SOS Racismo, a Solidariedade Imigrante - Associação para a defesa dos direitos dos imigrantes (SOLIM), a Associação de Combate à Precariedade Precários Inflexíveis, a Associação Renovar a Mouraria ou o grupo Brasileiras não se calam!.
(notícia atualizada às 21h57)
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