O relatório analisou mais de 11.400 empresas fornecedoras de produtos ou serviços, que reportam dados ambientais aos seus clientes através do CDP, e concluiu que, em 2021, “apenas 2,5% dos fornecedores estabeleceram metas científicas para as suas emissões, enquanto 56% não tinham qualquer meta climática”.
Adicionalmente, menos de 30% tinham um plano de transição energética, com o objetivo de contribuir para uma futura economia neutra em carbono.
“É necessária pelo menos mais uma década para garantir que todos os fornecedores que relatam dados ambientais aos seus clientes através do CDP definam metas climáticas”, apontou a entidade.
De acordo com as conclusões apresentadas, apenas uma em 40 metas definidas para 2021 pelas empresas foram aprovadas com base científica.
No entanto, houve também avanços no ano passado, com 71% das empresas fornecedoras a relatarem reduções nas suas emissões carbónicas operacionais.
Em 2021, mais de 200 membros da CDP Supply Chain (cadeia de abastecimento) em todo o mundo, que incluem grandes compradores que representam quase cinco biliões de euros em gastos com compras solicitaram que mais de 23.000 fornecedores divulgassem dados ambientais em 2021.
O pedido feito por empresas como a L’Oréal, Philips, Telefónica, Deutsche Telekom, Pirelli, entre outras, resultou num ‘recorde’ de 11.400 respostas, um aumento de 50% na divulgação daqueles dados ao CDP, em relação a 2020.
“Isto mostra o progresso no reporte e na adoção de medidas sobre os impactos ambientais diretos: um total de 71% dos fornecedores divulgaram as suas emissões diretas e relataram reduções significativas de 1,8 mil milhões de tCO2e [toneladas equivalentes de dióxido de carbono]”, apontou o CDP.
“Precisamos urgentemente que mais empresas se envolvam com os seus fornecedores para gerir os impactos ambientais em todas as suas cadeias de abastecimento”, defendeu o diretor executivo do CDP Europa, Maxfield Weiss.
Para o responsável, “isso é essencial, não só para compensar um atraso de 10 anos no estabelecimento de metas climáticas, como também para garantir um futuro de neutralidade carbónica”.
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