Questionado se os números do desemprego - que, segundo os dados mensais do Instituto Nacional de Estatística (INE), se encontra nos 7,1%, sendo janeiro o terceiro mês seguido em houve um aumento - Marcelo Rebelo de Sousa disse que esse dado é um “sinal de alerta”.
Em declarações aos jornalistas na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que o aumento do desemprego é um sinal "de que a evolução internacional está lenta, de que a guerra continua, de que a inflação ainda em muitos países continua alta, de que a economia internacional não recuperou".
"Mesmo grandes potências europeias como a Alemanha estão a ter uma evolução lenta e como é um mundo aberto, isso tem efeitos”, frisou.
Um desses efeitos, segundo o chefe de Estado, é, “embora num valor baixo, a subida nalguns setores da taxa de desemprego”, uma vez que o período atual “é um período ainda de baixa atividade”.
O Presidente da República deu o exemplo do turismo que, apesar de “estar a correr muito bem”, vai “aumentar progressivamente durante o ano”.
“Portanto, eu diria, sempre com precaução, que a saída do período de crise - que vem do passado, a pandemia agravou e que a guerra também agravou, tem muitos fatores -, é uma saída que pode demorar um pouco mais tempo do que alguns esperavam”, referiu.
Apesar disso, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o facto de, em 2022, a economia portuguesa ter crescido 6,7% em “produto bruto”, é uma “boa notícia”
“Agora, sabemos já que em 2023 não é possível um crescimento assim e, portanto, vamos ver exatamente qual vai ser a evolução da economia. Sabem como eu sou: eu não pertenço nem aos pessimistas, nem aos otimistas esfuziantes e, portanto, gosto de estar numa posição muito serena e muito realista e intermédia”, disse.
Interrogado ainda se considera que, uma vez que a inflação nos produtos alimentares subiu e chegou aos 20%, a Autoridade da Concorrência deve estar atenta aos preços, Marcelo respondeu: “Certamente, certamente”.
Na visita à BTL, em que esteve em vários 'stands', provou queijos, bebeu vinhos e poncha e falou com vários comerciantes, Marcelo Rebelo de Sousa cruzou-se com o líder do PSD, Luís Montenegro, e com os presidentes dos governos regionais da Madeira, Miguel Albuquerque, e dos Açores, José Manuel Bolieiro.
Durante uma visita ao 'stand' dos Açores, o Presidente da República considerou que o turismo em Portugal está “muito bem”.
“Arrancou no final de janeiro, depois no período do fim de ano foi uma quebra natural, e tem continuado a subir, [de modo] muito homogéneo em todo o território, (…) e com um [turismo] muito, muito jovem. Eu tenho encontrado ultimamente, por exemplo à tarde e à noite - eu tenho os meus passeios à noite - grupos de jovens estudantes que aproveitaram a quebra do semestre, em fevereiro, e vieram passar férias a Portugal”, referiu.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “Portugal funciona como refúgio de segurança”, sendo visto “um pouco como os Açores: uma ilha no meio do Atlântico que é europeia, mas que está longe do conflito”.
“Portugal está na moda: estava em 2019, aguentou a pandemia - difícil, 2020, 2021 - em 2021, viragem para 2022, subiu, subiu, subiu. 2022 bateu recordes de 2019 e este ano vamos bater 2022”, previu.
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