"Fico muito feliz, eu acompanhei o processo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Lisboa, acrescentando: "É o reconhecimento de uma grande língua no mundo, uma das maiores línguas do mundo, de que nos orgulhamos nós, portugueses, e todos os que falam essa língua"
O chefe de Estado, que falava aos jornalistas à saída do Espaço Júlia - Resposta Integrada de Apoio à Vítima, em Lisboa, assinalou a "feliz coincidência" de o primeiro-ministro, António Costa, "se encontrar precisamente em Paris no momento em que há essa decisão formal" da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Em seguida, o Presidente da República quis "prestar homenagem e agradecer o contributo" de António Sampaio da Nóvoa, embaixador de Portugal na UNESCO, considerando que "foi um batalhador, um militante por essa conquista".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "o facto de a UNESCO, que é uma organização mundial, reconhecer o papel da língua portuguesa deve-se à diplomacia portuguesa em geral, deve-se ao valor da língua portuguesa, mas deve-se muito ao contributo do senhor embaixador António Sampaio da Nóvoa".
Numa nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado realça igualmente esta decisão da Conferência Geral da UNESCO e saúda "o empenho" do embaixador de Portugal junto desta organização, António Sampaio da Nóvoa, que foi seu adversário nas eleições presidenciais de janeiro de 2016.
"É a primeira vez que uma língua não-oficial daquela instituição recebe esta consagração, e todos esperamos que seja um primeiro passo para que se torne também língua de trabalho", escreve Marcelo Rebelo de Sousa, fazendo votos para que "mais do que um gesto simbólico", esta decisão da UNESCO "seja um impulso decisivo".
O Presidente da República refere que o português é uma "língua internacional, falada em todos os continentes, e em progressão, sobretudo no hemisfério sul" e defende que "deve ser protegido e apoiado antes de mais pelos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) onde é idioma oficial".
"Também as organizações internacionais, os Estados onde se fale e estude o português, universidades ou instituições da sociedade civil de países não-lusófonos têm um papel muito importante a desempenhar, porque permitem, no círculos de emigração e para além deles, que a nossa língua (nossa de todos os falantes, independentemente da sua nacionalidade) continue viva e em expansão. Constitui um elo central de ligação entre o território físico de Portugal e a dimensão multinacional da nossa Diáspora", acrescenta.
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