“A ideia fundamental de trazer para o Peso da Régua, para o Douro, o Dia de Portugal foi chamar a atenção para os interiores às vezes esquecidos de Portugal continental”, afirmou o Presidente da República, numa altura em que caminhava pelas ruas da cidade a cumprimentar a população e a tirar 'selfies’ com os muitos que o abordavam.
Marcelo Rebelo de Sousa antecipou a chegada ao Peso da Régua, esta manhã, porque fez questão de estar presente nos ensaios do desfile militar, que vai acontecer no sábado, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Como comandante supremo das Forças Armadas quis estar “à mesma chuva” dos muitos militares que se concentram na cidade do distrito de Vila Real, provenientes de vários sítios do país.
Mas, ter vindo mais cedo e estar na Régua mais tempo é também, acrescentou, uma “forma de chamar a atenção das pessoas”.
“Venham até cá se puderem, contribuam para a economia desta região, percebam os problemas desta região, percebam o que têm de riqueza, o vinho do Douro, mas também o que têm de carências, os acessos, as dificuldades de viver aqui, as desigualdades em muitos aspetos, na educação ou na saúde ou na economia”, referiu.
Questionado sobre se o 10 de Junho da Régua é também uma forma de homenagear o Douro e os viticultores, o Presidente da República respondeu: “Claro”.
“Porque o Douro é feito de dezenas de milhares de produtores de vinho, que vão desde a Guarda e Viseu, até à fronteira em Trás-os-Montes e depois os vários ‘Douros’ (…) E olhar para eles e os problemas deles, eu acho que é muito justo”, afirmou.
O Presidente da República lembrou as "grandes dificuldades" de fazer a cultura do vinho neste território, “com incertezas muito grandes, com crises às vezes grandes que atingem os produtores e depois com dificuldades de prender as pessoas ao territórios, os mais novos para que eles fiquem cá”.
Marcelo disse que a interioridade vai estar presente no seu discurso do Dia de Portugal.
“É sempre, mas é evidente que aqui no Douro eu tenho que falar da lição que o Douro nos oferece, ao mesmo tempo projetando no país, porque estou a falar para o país e para o país que está espalhado no mundo”, afirmou.
O Douro é a Cidade Europeia do Vinho em 2023.
Marcelo Rebelo de Sousa mostrou também que tem acompanhado as dificuldades que este ano têm afetado os agricultores.
“Os lavradores têm sido afetados este ano por dois fenómenos opostos: foi a seca, um pouco por todo o território do continente, e depois foi o aparecimento de chuvas fora de época e depois muito granizo”, afirmou, salientando que isto “cria problemas à cultura, à quantidade e qualidade do que se produz” e ao "dia a dia de quem produz”.
Sobre as ajudas para a agricultura, Marcelo Rebelo de Sousa disse que o “problema dos mecanismo [de apoio] na agricultura às vezes é o tempo, entre o momento em que ocorrem as necessidades que exigem o apoio e o momento em que é recebido o apoio”.
“Tem-se encurtado o tempo, mas mesmo assim na vida de quem produz uma semana, ou um mês ou dois meses ou três meses faz a diferença”, apontou.
Durante a tarde de hoje, o Presidente da República quer perceber como está o comércio, a restauração, perceber qual é perspetiva para o verão em termos de turismo e como é que as pessoas, aqui, vão vivendo para além do turismo.
No Museu do Douro, a partir das 20:00, decorrerá a apresentação de cumprimentos do corpo diplomático acreditado em Portugal ao Presidente da República, local onde se juntará o primeiro-ministro, António Costa, para um ‘cocktail’ e “animação cultural representativa da região”.
De seguida, pelas 21:30, no mesmo local, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa vão assistir a um concerto comemorativo do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, aberto à população, pela orquestra Ligeira do Exército.
O programa do dia termina com um fogo-de-artifício comemorativo, a partir do Rio Douro.
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