Marcelo Rebelo de Sousa - que hoje de manhã divulgou uma nota de pesar sobre a morte de João Semedo - falava aos jornalistas num hotel em Santa Maria, na ilha do Sal, Cabo Verde, onde à tarde terá início a XII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Já se sabia do agravamento nos últimos dias, tinham-me chegado notícias disso e de que poderia ser a qualquer momento, mas é sempre um choque. É um choque, enquanto político e enquanto pessoa", declarou o chefe de Estado.
"Mas, deixa muita saudade e uma boa saudade", acrescentou.
O Presidente da República descreveu João Semedo como alguém que "foi notável enquanto político, pelas causas que abraçou e pelas quais lutou, sobretudo no domínio da saúde", destacando a proposta recente de Lei de Bases da Saúde e a eutanásia.
"Tudo o que era saúde o preocupava muito", disse.
Como pessoa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que João Semedo "reunia qualidades intelectuais, de facto, excecionais" e tinha "uma bondade, uma maneira de se dar, um calor humano que permaneceram ao longo de toda a sua vida".
O médico João Semedo, antigo militante comunista e ex-deputado do Bloco de Esquerda (BE), morreu esta madrugada, aos 67 anos, vítima de cancro.
O chefe de Estado lembrou que o recebeu no Palácio de Belém este ano por causa da eutanásia, em conjunto com o vice-presidente da Assembleia da República e deputado do BE José Manuel Pureza.
"E, apesar da sua fragilidade, de facto, continuava a ser a mesma pessoa que sempre tinha sido. Portanto, é um choque, então à distância", reforçou.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu que já apresentou os seus sentimentos à família de João Semedo e à coordenadora do BE, Catarina Martins, "e a alguns outros companheiros de percurso".
Comentários