Sublinhando a importância de uma "vida dedicada à leitura, aos livros e, sobretudo, aos leitores", o Presidente da República lembrou que o Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, que Maria José Moura dirigiu durante cerca de 20 anos, ajudou a combater "uma herança desoladora", garantindo a existência de uma biblioteca pública em todos os municípios.
"Como afirmou em entrevista à Lusa em 2016: 'só havia meia dúzia de bibliotecas das câmaras, com as estantes fechadas. Tudo poeirento, triste, sem luz. Era uma coisa sem vida'", escreve Marcelo Rebelo de Sousa.
Maria José Moura, que faleceu na sexta-feira aos 81 anos, era investigadora, licenciada em Ciências Históricas e Filosóficas, com o curso de Bibliotecário e Arquivista.
Foi diretora de serviços de documentação da Universidade de Lisboa, diretora de serviços do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, fundadora da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, vice-presidente do Conselho Superior de Bibliotecas e coordenadora geral do Projeto do Inventário do Património Cultural Móvel e delegada nacional da UNESCO.
O Estado português condecorou-a com a Ordem do Mérito.
O Presidente da República endereçou condolências à família e salientou que o reconhecimento não ficou "confinado às fronteiras nacionais" tendo sido distinguida, em 1998, em Amesterdão, com o Prémio Internacional do Livro, provando o "prestígio que alcançou na defesa da causa da sua vida".
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