Agentes das brigadas antimotim guatemaltecos lançaram bombas de gás lacrimogéneo contra os migrantes, que, no seu desespero de seguir uma rota até aos Estados Unidos da América (EUA), responderam com pedras e paus.
“Vamos para o México”, gritavam os migrantes desta nova caravana que hoje derrubou a rede e que agora se dirigem para a fronteira mexicana, onde se concentra um forte contingente policial.
Numa altura em que milhares de migrantes hondurenhos prosseguem uma marcha sem precedentes em direção ao território norte-americano, os EUA anunciaram na sexta-feira passada que estão a mobilizar milhares de militares para reforçar a segurança na fronteira com o México.
O chefe do Pentágono (sede do Departamento de Defesa) está, assim, a responder a um pedido do Presidente norte-americano, Donald Trump, que no início da semana passada afirmou que o país estava a enfrentar uma “emergência nacional”, reiterando que o patrulhamento fronteiriço devia ser reforçado com forças militares.
Nas últimas duas semanas, vários milhares de hondurenhos, incluindo famílias inteiras, têm percorrido a pé muitas centenas de quilómetros e cruzado as fronteiras de vários países da América Central com um único objetivo: entrar no território dos Estados Unidos.
Fugir da miséria, da violência de grupos criminosos organizados nas Honduras e alcançar o ‘sonho americano’ são as principais motivações destas pessoas que integram a “Marcha dos Migrantes”, como está a ser apelidada esta movimentação em massa.
Na segunda-feira passada, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) estimou que a marcha já contava com mais de 7.000 pessoas.
Os militares que serão destacados vão providenciar um apoio logístico às equipas de patrulhamento fronteiriço, referiu a mesma fonte.
Esse apoio logístico vai incluir o fornecimento de vários itens, como veículos, tendas e equipamentos.
Em abril passado, o Pentágono já tinha autorizado o destacamento de cerca de 2.000 elementos da guarda nacional — uma unidade de reserva das Forças Armadas norte-americanas — para a fronteira dos Estados Unidos com o México.
Na altura, este destacamento foi realizado em resposta a uma outra vaga de migrantes oriunda da região sul do México.
Perante a “Marcha de Migrantes” que partiu das Honduras, Trump já ameaçou fechar a fronteira entre os Estados Unidos e o México e decidiu avançar com cortes nas ajudas económicas a três países da América Central (Guatemala, Honduras e El Salvador), que, segundo o próprio, têm sido ineficazes a travar esta movimentação em massa de pessoas.
O chefe de Estado norte-americano também tem reforçado as críticas contra as leis migratórias aprovadas pelo Partido Democrata norte-americano.
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