Este é o terceiro e último recital da pianista portuguesa, integrado atual na Temporada Gulbenkian de Música, com um programa dedicado a Beethoven e à interpretação de duas obras maiores do repertório, as duas últimas sonatas para piano do Mestre de Bona, a Sonata n.º 31, em Lá Maior, op. 110, e a derradeira, a Sonata n.º 32, em Dó menor, op. 111.
A intercalar as duas obras, “a maior pianista portuguesa partilha o palco com um dos mais premiados coros juvenis em Portugal, para interpretar obras de Schubert, Mendelssohn e Arvo Pärt”, adiantou hoje a Fundação Calouste Gulbenkian, em comunicado.
O programa prevê a interpretação de “Nacht und Träume”, “An die Musik” e “Du bist die Ruh”, de Franz Schubert, o “Trio dos Anjos”, da Oratória “Elias”, de Felix Mendelssohn-Barthóldy, “Vater Unser”, de Arvo Pärt, e ainda o Prelúdio e Fuga n.º 8, em Mi bemol menor, de Johann Sebastian Bach.
Maria João Pires, prossegue o comunicado da Fundação, “tem vindo a desenvolver um trabalho próximo da voz e da música coral”. “Em 2012, na Bélgica, iniciou o projeto ‘Partitura Choirs’, uma rede de coros infantis destinados a crianças oriundas de ambientes socialmente desfavorecidos, como o Hesperos Choir”.
Em 2003, a pianista criou o Coro de Belgais, composto por 34 crianças da região de Castelo Branco, dirigido por Caio Pagano, com quem gravou um CD.
“Ao longo da sua carreira, Maria João Pires tem dado especial atenção ao papel da arte na vida, nas comunidades e na educação”, remata a mesma fonte.
A pianista, de 75 anos, recebeu recentemente, o Prémio Martha de la Cal/Personalidade do ano 2019, da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou-a com Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
O regresso de Maria João Pires a Lisboa marcou a Temporada Gulbenkian de Música 2019/2020, desde o seu anúncio, com as três atuações previstas a esgotarem desde a fase inicial da venda de bilhetes.
O primeiro recital realizou-se em 23 de setembro, no âmbito do ciclo “Oriente Ocidente”, que assinalou os 150 anos do nascimento do fundador da instituição, Calouste Sarkis Gulbenkian, na abertura da temporada.
Este primeiro recital incluía o “Impromptus” D.935, de Franz Schubert, e um conjunto de canções arménias, interpretadas com a soprano Talar Dekrmanjian.
Maria João Pires regressou ao Grande Auditório da fundação em novembro passado, para um recital de piano a quatro mãos com a pianista Lilit Grigoryan, num programa dedicado a Mozart, que ambas as pianistas têm desenvolvido ao longo dos últimos anos, e que já apresentaram em Belgais, em 2018.
O terceiro e último recital de Maria João Pires, nesta Temporada Gulbenkian, anunciado para 21 de março, previa, inicialmente, a sua atuação a solo, com a “Suite bergamasque” e Dois Prelúdios, de Debussy, e a interpretação da Sonata para piano n.º 8, em Dó menor, op. 13, “Patética”, de Beethoven e da última, a Sonata n.º 32, em Dó menor, op.111.
Do programa inicialmente divulgado, só se mantém a opus 111, que o maestro Hans von Bülow considerou “a mais elevada manifestação do génio de Beethoven”.
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